RIO — O ministro chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, nomeou, nesta sexta-feira (7), o capitão da Polícia Militar da Bahia André Porciuncula Alay Esteves para o cargo de secretário nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, um braço da secretaria especial da Cultura, comandada por Mario Frias .
Nascido em Salvador, em 1985, Esteves entrou para a Polícia Militar em 2005. Quatro anos depois, foi promovido a tenente, chegando à patente de capitão em 2014. Teve passagem pelo Batalhão de Polícia Rodoviária atuando nas vias do estado.
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No ano de 2017, ele recebeu a Medalha Thomé de Souza, maior comenda da Câmara dos Vereadores de Salvador, das mãos do vereador Alexandre Aleluia (DEM). Na ocasião, Esteves atuava no Comando de Policiamento Regional da Capital, com foco no combate e prevenção de crimes.
Em seu perfil no Facebook, Esteves se mostra um crítico voraz às medidas de isolamento social no combate à pandemia. "Lockdown é uma neurose de um monomaníaco", escreveu o policial em uma postagem, exemplo de uma série de publicações que destacam um suposto cerceamento de liberdade exercido pelo Estado por meio da quarentena.
Nas redes, o policial também costuma fazer inúmeras citações bíblicas, além de menções a Olavo de Carvalho e elogios à proposta de Bolsonaro armar a população. "Como não gostar desse cara", escreveu Esteves em uma postagem sobre a intenção do presidente importar armas para uso individual sem imposto.
O policial assume o posto que foi ocupado interinamente por Odecir Luiz Prata da Costa, exonerado da secretaria de Cultura no começo de julho, após a chegada de Mario Frias. Servidor federal desde 1988, Costa era considerado por muitos pares um dos maiores especialistas do país em Lei Rouanet.
De acordo com dados do Portal da Transparência, Esteves vai recebe um salário base de R$ 13.390, 72.
Demitido por Regina volta para o governo
Na mesma edição do Diário Oficial em que é confirmado o nome de Esteves, também consta a nomeação de Maurício Noblat Waissman para o cargo de secretário nacional de Desenvolvimento Cultural da secretaria especial da Cultura.
Waissman já teve uma passagem pelo governo Bolsonaro, quando atuou como coordenador-geral da Política Nacional de Cultura Viva, na gestão de Roberto Alvim na secretaria. Ele foi afastado por Regina Duarte.
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Nas redes, ele se mostra um apoiador das pautas de costumes defendida por Bolsonaro, como o combate à descriminalização do aborto. "É um eufemismo para o ato real: assassinato de crianças dentro do útero". Chegou a participar de uma live com Mario Frias , em apoio ao presidente, antes de o ator assumir a secretaria.
No Twitter, Waissman se define da seguinte forma: "Escritor, palestrante, advogado, Publicitário, Conservador, Bolsonarista. Cronista de absurdos tragicômicos cotidianos. Cristão. Não tolero traíras".