RIO - Graças ao "puro acaso", a pesquisadora Nora Crook teve acesso a uma relevante coleção de cartas inéditas de Mary Shelley, autora de “Frankenstein”. Ela navegava na internet, pesquisando sobre um autor obscuro do século 19, quando encontrou a lista de 13 documentos em um site do arquivo de Essex, na Grã-Bretanha, com o título: "Carta de Mary Wollstonecraft Shelley".
Assim que viu o material, a professora que é especialista no período Romântico se deu conta de que era material nunca publicado, conforme contou ao “Guardian” . As cartas vão de 1831 - data da morte de seu marido, Percy Bysshe Shelley, a 1849, quando a escritora já sofria com um tumor que a mataria dois anos depois.
As cartas são escritas para Horace Smith, um amigo próximo, e sua filha Eliza. Crook sabia da relação do corretor com a escritora, mas ficou surpresa com a descoberta, porque ele teria o hábito de destruir sua correspondência. Curiosamente, nenhuma das cartas cita Frankenstein, apesar de a obra ter sido republicada em 1831.
"Algumas coisas que foram inferidas por estudiosos já pode ser confirmadas, mas o que é bom é que a personalidade de Mary Shelley emerge. Nós a vemos ali como alguém muito leal à família Smith, muito atenta à Eliza. Essa amizade nunca tinha sido documentada assim", explicou a pesquisadora.
As cartas serão publicadas em breve na versão americana do jornal da Associação Keats-Shelley.