Cultura

Caso Gugu Liberato: defesa de Rose Miriam diz que papel em que se declara solteira não muda processo de herança

Registro de 2012 atestaria ligação 'tão e somente como pais' dos três filhos do casal
Advogados de Rose Miriam travam guerra judicial com família de Gugu Foto: Rose Miriam / Arquivo Pessoal
Advogados de Rose Miriam travam guerra judicial com família de Gugu Foto: Rose Miriam / Arquivo Pessoal

SÃO PAULO. Advogados da ex-companheira de Gugu Liberato, Rose Miriam di Matteo, minimizaram nesta segunda-feira a apresentação, pela parte da família de Gugu, de um documento assinado em 2012 por Rose, declarando-se "solteira". O documento reafirma compromisso assinado no ano anterior por ela, registrando que os dois estariam ligados "tão e somente como pais" e, por isso, seriam responsáveis apenas "pelo bem-estar dos filhos".

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Para o advogado Nelson Wilians, que defende Rose, o documento "não tem peso" no processo de reconhecimento de união estável entre ela e Gugu. "Se fosse casada no papel, a sra. Rose Miriam não precisaria buscar na Justiça o reconhecimento como companheira de Gugu por mais de 20 anos", informou o advogado, em nota divulgada nesta segunda-feira.

O defensor argumenta ainda que o reconhecimento de união estável não alteraria o estado civil de Gugu ou de Rose. "Os dois continuam solteiros, diferentemente de que se fossem casados, motivo pelo qual foi necessário o ajuizamento de competente ação de reconhecimento estável", argumentou Wilians.

Olhar de criança? Desenhos de filhos mostram apresentador e Rose como uma família

A defesa de Rose contesta o acordo firmado entre ela e Gugu em 25 de março de 2011, na qual ambos se diziam "amigos e unidos apenas na condição de pais dos filhos". O advogado da mãe dos filhos do apresentador alega que esse documento foi assinado pouco tempo depois de Rose deixar o Hospital Albert Einstein, após uma crise de depressão. Portanto, não teria condições de saber o que estava fazendo.

O novo documento, lavrado em cartório em 24 de janeiro de 2012, ou seja, quase um ano depois, registra a doação de uma casa de seis suítes do condomínio Alphaville, na região metropolitana de São Paulo, de Gugu para a mãe de seus três filhos. O teor do papel foi divulgado neste domingo pelo site da revista "Veja". Para representantes da família de Gugu, ao mencionar Rose como solteira, o documento deve ser considerado uma prova de que o relacionamento não existia.

"Nem mesmo o tempo decorrido (alguns meses) e muito menos a maliciosa repetição de fórmulas inverídicas já contidas no aludido compromisso (...) atestam a inegável verdade dos fatos: a união estável, pública, contínua e duradoura", escreveu Wilians.

Mãe dos três filhos do apresentador, morto em novembro de 2019, Rose luta na Justiça pelo o reconhecimento da união estável com Gugu Liberato e para ter direito a herança dele, avaliada em R$ 1 bilhão. O apresentador deixou postos de gasolina, terrenos, estúdios de TV, prédios comerciais e muitos outros imóveis, além de uma quantia de R$ 193 milhões no banco.

Os advogados de Rose contestam e levaram ao processo indícios para atestar o relacionamento com Gugu. Conforme revelou O GLOBO, há pelo menos 75 imagens de Gugu, Rose e família em diferentes situações, como viagens de família, comemorações de aniversário e outros encontros. Os advogados também anexaram dados de uma conta conjunta que era mantida em nome de Rose e do apresentador.

Em seu testamento, Gugu destinou 75% do seu patrimônio aos filhos João Augusto, Sofia e Marina. Os outros 25% deveriam ir para seus cinco sobrinhos. A inventariante do testamento é Aparecida Liberato, irmã do apresentador.

Após a leitura do testamento, Rose procurou o escritório do advogado Nelson Wilians. Na ação patrocinada pelo escritório, ela pleiteia a anulação do testamento e o direito a 50% do patrimônio do apresentador.

Em nota divulgada no último mês, advogados dos filhos de Gugu declararam "não pactuar com espetáculo que pretende transformar mentira em verdade, para desvirtuar os legítimos desejos de seu pai e, principalmente, a realidade por todos eles vivenciada". Eles defendem que o testamento assinado por Gugu em 2011, ainda válido de acordo com entendimento do Judiciário, seja mantido e respeitado.