Cultura Celina

'Sempre fazia o papel da feia, até que disse 'chega'', diz Ingrid Guimarães

Atriz fez mais de 400 mil espectadores com 'De pernas pro ar 3' no fim de semana
A atriz e comediante Ingrid Guimarães Foto: Arte de Lari Arantes sobre foto de Leo Martins
A atriz e comediante Ingrid Guimarães Foto: Arte de Lari Arantes sobre foto de Leo Martins

Na sala de seu apartamento no Leblon, Ingrid Guimarães manda um WhatsApp ao grupo de pais da escola de Clara, sua filha, de 10 anos. Na mensagem, está a cena do filme “De pernas pro ar 3” em que Alice, personagem da atriz, passa por uma saia-justa com mães do colégio, que a julgam por ela não ser presente.

No longa-metragem que estreou semana passada, Alice se sente mal por se dedicar demais ao trabalho, dando pouca atenção à família. A esta altura do século XXI, feministas poderiam criticar o filme por perpetuar a culpa materna da mulher que prioriza sua profissão — coisa que os homens sempre fizeram. Mas Ingrid não concorda:

“Não é desserviço, é identificação. Pois é assim que eu me sinto”, diz ela. “Essa mudança não vem de uma hora para outra. Não dá para, do nada, Alice virar feminista. Ela não é uma artista, é uma mulher comum”. E, se o protagonista fosse homem, essa questão também estaria ali? “Aí, nem existiria filme”, acredita.

Nove anos depois da estreia da franquia, a humorista se deparou com a necessidade de debater temas que não geravam discussão na época do primeiro longa, em 2010.

Na vida real, Ingrid sempre viveu a união e o empoderamento feminino. Cresceu cercada por sete mulheres (mãe, irmãs, avó, tias e primas). “Minha irmã mais velha era ótima na escola, eu ficava de recuperação. Minha mãe dizia a ela: ‘Ajuda a Ingrid, ela tem dificuldade’” (risos). Filha de uma advogada do setor petroleiro, que se mantém na ativa aos 72 anos, e de um pai, jornalista, que vibrava com sua carreira, a atriz, de 46 anos, sempre soube o que quis. E o que não quis também.

Nesta entrevista, ela lembra quando  disse “basta” nos papeis estereotipados (“sempre fiz o papel da feia, até que disse ‘chega’ “), fala de vaidade, do personagem que viverá na nova novela das 7 (“vai disputar o Rômulo  Estrela com a Grazi Massafera”) e de como gostaria de falar de sexo com a filha.

Leia a entrevista completa, exclusiva para assinantes do GLOBO.