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Cultura

De volta como Malévola, Angelina Jolie encara rainha má de Michelle Pfeiffer

Em 'Malévola: Dona do mal', que estreia nesta quinta (17), casamento motiva guerra
Angelina Jolie em cena do filme "Malévola: Dona do mal" Foto: Dvulgação
Angelina Jolie em cena do filme "Malévola: Dona do mal" Foto: Dvulgação

RIO - Passados cinco anos do primeiro “Malévola”, a fada sombria incorporada por Angelina Jolie já não é encarada como ícone de vilania do universo Disney. Hoje sabemos, afinal, que a anti-heroína (melhor assim) de olhos verdes, pele pálida, roupas pretas, chifres reluzentes e asas de dragão tem, no fundo, um bom coração: desenvolveu até afeto pela afilhada Aurora (Elle Fanning), a princesa conhecida como Bela Adormecida. A solução encontrada pelos produtores de “Malévola: Dona do mal”, a sequência em cartaz a partir de hoje em 1370 salas brasileiras, foi simples: trazer para a trama uma vilã à altura de Malévola: uma deslumbrante Michelle Pfeiffer no papel de Ingrith, a rainha que está prestes a se tornar sogra de Aurora.

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Dirigida pelo norueguês Joachim Rønning, o mesmo de “Piratas do Caribe: A vingança de Salazar” (2017), a continuação parte do estranhamento entre as duas poderosas adultas, que disputam o afeto da jovem Aurora. Como se para realçar as inclinações vilanescas de Ingrith, a rainha quer ainda separar de vez o mundo dos seres humanos do das fadas. A rivalidade existente na trama talvez só encontre páreo nos números da vida real: “Dona do mal” precisa de fôlego para superar os US$758 milhões arrecadados pelo original no mundo — a quarta maior bilheteria de 2014. A expectativa é que o longa gere até US$ 175 milhões neste fim de semana, o que já é um bom começo.

Elle Fanning e Michelle Pfeiffer em "Malévola: Dona do mal" Foto: Disney / Jaap Buitendijk
Elle Fanning e Michelle Pfeiffer em "Malévola: Dona do mal" Foto: Disney / Jaap Buitendijk

A força de Malévola

Na première em Los Angeles, Angelina pontuou que voltar a incorporar a complexa personagem da Disney a fez “se sentir forte novamente”.

Ao lado de Elle Fanning — cuja Aurora foi despertada do sono da morte no primeiro filme por um beijo de amor verdadeiro dado por Malévola (o que foi representativo) —, a atriz de 44 anos contou ao GLOBO, em Beverly Hills, que o trabalho foi leve.

— O foco não está exatamente no mal. É mais sobre a percepção que temos das pessoas. Malévola é mal compreendida. Espero que ela ajude a nos percebermos. Não somos o que pensam de nós — comenta a atriz.

A continuação traz questões mais profundas envolvendo Malévola e Aurora. Surgem novos aliados, forças sombrias, além de madame Pfeiffer (sensação no set, segundo a atriz brasileira Fernanda Diniz, parte do elenco) e um casamento que serve de pretexto para uma guerra entre os reinos dos homens e das fadas.

— Mas Malévola não acredita em casamento — diz Angelina, com sarcasmo. — E terá que aprender a lidar com isso. No centro de tudo, está o direito de escolha de Aurora.

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As atrizes Angelina Jolie e Michelle Pfeiffer na premiere europeia de "Malévola: Dona do mal" Foto: Yara Nardi / REUTERS
As atrizes Angelina Jolie e Michelle Pfeiffer na premiere europeia de "Malévola: Dona do mal" Foto: Yara Nardi / REUTERS

Evolução das atrizes

De certo modo, a sequência acompanhou a evolução das atrizes. Enquanto Angelina exorcizava seus fantasmas — que incluiu a separação de Brad Pitt, em 2016, e a retirada dos ovários como prevenção de câncer — e mantinha distância das telas, focando na família e nas missões humanitárias, Elle, que tinha 14 anos quando o primeiro filme foi rodado, deixou de ser só uma promessa na indústria cinematográfica, emplacando trabalhos com Sofia Coppola (“O estranho que nós amamos”, de 2017) e Mike Mills (“Mulheres do século 20”, 2016).

— Fiquei animada em representar Aurora em outra fase. Em “Malévola”, ela era inocente. Ainda é, mas as coisas ficaram um pouquinho mais complicadas. A princesa está tentando crescer, assim como eu — explica Elle, hoje com 21 anos.

Cena de "Malévola: Dona do mal" Foto: Disney / Jaap Buitendijk
Cena de "Malévola: Dona do mal" Foto: Disney / Jaap Buitendijk

"Os eternos": O filme da Marvel com Angelina Jolie

Para Angelina, que estará em “Os eternos” (filme da Marvel que estreia em 2020), o cinema, não importa o gênero, é fundamental em tempos incertos.

— Às vezes, é só entretenimento, uma zona de escapismo. Rir também é importante. Às vezes, é uma história com significado que talvez socorra alguém. Espera-se que todas as formas de arte expressem algo. Mas nunca sabemos como as pessoas irão receber.

Gilberto Júnior viajou a convite da Disney