Protagonista de uma série de polêmicas desde que assumiu a presidência da Fundação Palmares, em novembro do ano passado, Sérgio Camargo utiliza o Twitter como principal meio de propagação de ataques aos seus alvos preferidos, como os movimentos negros e a militância de esquerda.
Camargo, que é alvo de uma ação do Ministério Público do Trabalho por conta de denúncias que apontam assédio moral, perseguição ideológica e discriminação na sua gestão , ingressou no microblog em janeiro do ano passado, apenas três meses depois de assumir o cargo na Fundação Palmares.
Cronologia: As polêmicas de Sérgio Camargo à frente da Fundação Palmares
De lá para cá, Sérgio Camargo fez 10,6 mil tweets e acumulou quase 290 mil seguidores. Em média, ele faz mais de 17 posts por dia. Na última semana foram 149 posts no Twitter. Em dias mais agitados, como esta segunda-feira (30) após a notícia, no domingo, sobre as denúncias de assédio, o presidente da Fundação Palmares escreveu 33 tweets até as 17h.
Demonstrando irritação, em uma das postagens Sérgio Camargo diz: "Assédio moral é o brioco de quem me acusa". A maioria das publicações faz menção a "negros de esquerda", nas palavras do presidente da fundação, além de constantes ataques à imprensa.
A ação contra Sérgio Camargo afirma "que ele gasta mais tempo na frente do Twitter, postando ou no Facebook, caçando funcionários esquerdistas,do que trabalhando; que é só olhar a agenda dele que as pessoas constatam que não há nenhum compromisso de presidente da Fundação, pois ele não lida com organizações do Movimento Negro"
Entenda: Qual o papel da Fundação Cultural Palmares para o Brasil
Na descrição de seu perfil no Twitter, Camargo diz que é "Presidente da Fundação Cultural Palmares, negro de direita, antivitimista, inimigo do politicamente correto, livre". Em um tweet fixado no topo de sua página, outra frase polêmica: "O verdadeiro inimigo do negro não é o branco, é a esquerda". O post teve quase mil comentários, foi compartilhado 1,7 mil vezes e recebeu 10,2 mil curtidas.