Cultura

Diretor de 'Round 6' diz que Donald Trump 'meio que se parece' com determinados personagens do K-drama

'Era quase como se ele (Trump) estivesse comandando um game show, não um país, como se provocasse terror às pessoas', disse Hwang Dong-hyuk ao portal 'IndieWire'
Diretor de 'Round 6', Hwang Dong-hyuk diz que vê semelhança entre Trump e personagens VIPs Foto: REUTERS/Rachel Mummey (esquerda) / Divulgação/Netflix (direita)
Diretor de 'Round 6', Hwang Dong-hyuk diz que vê semelhança entre Trump e personagens VIPs Foto: REUTERS/Rachel Mummey (esquerda) / Divulgação/Netflix (direita)

RIO — O cineasta sul-coreano Hwang Dong-hyuk, roteirista e diretor de "Round 6", como é chamado no Brasil o K-drama 오징어 게임 (Squid Game), revelou mais curiosidades sobre o processo de criação dessa série, que atingiu o primeiro lugar de stream na Netflix em 90 países, incluindo o Brasil. Um comentário que chamou atenção foi sobre a semelhança que ele notou entre o ex-presidente dos EUA Donald Trump e alguns personagens de sua criação. Atenção: este texto contém spoilers .

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Dong-hyuk contou ao portal "IndieWire" que Trump "meio que se parece com um dos VIPs de "Round 6". Quem já assistiu ao drama sabe que os VIPs são homens ricos ocidentais que falam inglês no sotaque dos Estados Unidos, levando a crer que são americanos. Eles aparecem apenas no episódio final, após viajarem para a ilha onde acontecem os jogos, próxima à Coreia do Sul, para assistirem as duas últimas competições ao vivo. E cada um deles faz suas apostas, em quantias milionárias, como se os participantes fossem cavalos de corrida.

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"Eu concebi as teorias para o programa em 2008. Na época, houve a crise do Lehman Brothers; a economia coreana foi gravemente afetada e eu também estava lutando economicamente", disse Dong-hyuk "IndieWire".

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"Nos últimos 10 anos, houve muitos problemas: houve o boom das criptomoedas, em que as pessoas em todo o mundo, especialmente os jovens na Coreia, mergulharam de cabeça e investiam todo o seu dinheiro em criptomoedas. E houve o surgimento de gigantes de TI como Facebook, Google e, na Coreia, existe o Naver, e eles estão apenas reestruturando nossas vidas. É inovador, mas esses gigantes de TI também ficaram muito ricos. E então Donald Trump se tornou o presidente dos Estados Unidos e acho que ele meio que se parece com um dos VIPs do Squid Game. Era quase como se ele estivesse comandando um game show, não um país, como se provocasse terror às pessoas. Depois que todos esses problemas aconteceram, pensei que era hora de esse show se espalhar pelo mundo".

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Os jogadores são pessoas endividadas ou que não têm o mínimo necessário para viver ou que são alvo de discriminação, como o personagem Ali, um imigrante paquistanês sem receber salário por meses. Foi assim que 456 pessoas foram convidadas a participarem de jogos infantis, como Batatinha Frita 1-2-3, com um prêmio equivalente a R$ 208,8 milhões, em que apostam a própria vida. Mais tarde, o personagem criador da matança explica que a ideia surgiu como forma de gerar diversão para os abastados, que não conseguiam mais ver graça nas coisas mundanas.