Cultura Rock in Rio

Em grande forma, Dave Grohl comanda mais um CarnaFoo no Rock in Rio

Foo Fighters voltam ao Rock in Rio depois de 18 anos no topo da pirâmide musical
Dave Grohl durante o show do Foo Fighters, no Rock in Rio 2019 Foto: MARCELO THEOBALD / O Globo
Dave Grohl durante o show do Foo Fighters, no Rock in Rio 2019 Foto: MARCELO THEOBALD / O Globo

RIO — Quando uma banda entra muito animada no palco, em um festival, é comum que se compare sua performance às das atrações anteriores. "Não quis ficar para trás", diz-se. O caso não se aplica, no entanto, ao show dos Foo Fighters que encerrou a segunda noite do Rock in Rio, já na madrugada deste domingo. Primeiro: a banda sempre entra muito animada, com o cantor e guitarrista Dave Grohl cuspindo fogo; segundo: o rock cômico do Tenacious D e o som indie do Weezer não arranham a popularidade dos FF, por melhor que os colegas (ambos elogiados por Grohl, que lembrou até o baixista potiguar Junior Bass Groovador) tenham se apresentado.

Isto posto, o cantor e seus companheiros (os guitarristas Chris Shiflett e Pat Smear, o baixista Nate Mendel e o baterista Taylor Hawkins, além do tecladista Rami Jaffee) entraram, como sempre, com o pé na porta, de cara com os sucessos "The pretender" e "Learn to fly".

— Estão prontos para uma noite de rock'n'roll?  — perguntou Grohl, sem medo do clichê.

Sem os percalços técnicos do Palco Sunset e com as três guitarras em brasa, os Foo Fighters desfilaram seu circo: Hawkins, que parece ter conquistado de vez o posto de sub-mestre de cerimônias da banda, teve direito a um longo solo de bateria, em que entrou até um sambinha, e depois trocou de lugar com o chefe para cantar um Queen, no caso, "Under pressure". Truques velhos, o resultado de sempre: povo feliz.

— Não tocamos neste festival há 18 anos, temos muito mais repertório— fez a conta Grohl, que lembrou também sua primeira vinda ao Brasil, ainda como baterista do Nirvana. — Eu tinha 23 anos, e nós tocamos no Hollywood Rock. Ainda não estava acostumado a me apresentar para tanta gente.

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O espírito improvisador da banda, que nem sempre dá as caras, também estava afiado: músicas como "My hero" e "Best of you" ganharam versões longas, com passagens instrumentas barulhentas e extensas. Grohl dedicou "Big me", levada em versão mais lenta, ao Weezer, que se apresentou antes dos FF.

— Eles tocaram Lithium ( sucesso do Nirvana ), e eu chorei um pouco. Fiquei com saudade do tempo em que eu tocava essa música.

Banda e público berraram, pularam e cantaram ao longo de mais de duas horas, ou seja, mais ou menos o de sempre. E o de sempre dos Foo Fighters é um dos melhores shows de rock do planeta.

Cotação: Ótimo