RIO — Exibido no "Fantástico" no último domingo, em reportagem realizada pelo médico Drauzio Varella, o depoimento da presa trans Suzy Oliveira repercutiu de forma intensa nas redes sociais. Detida na Penitenciária José Parada Neto, em Guarulhos (SP), ela conta que está há oito anos sem receber visitas.
Durante a matéria sobre o preconceito com mulheres trans na prisão, Suzy é consolada por Varella, que trabalha como voluntário do sistema penitenciário desde 1989. Em determinado momento, o médico pergunta há quanto tempo a entrevistada não recebe visitas. "Oito anos, sete anos", ela responde. No que Drauzio replica: "Solidão, né, minha filha". E os dois se abraçam.
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A comoção gerada pela fala de Suzy fez com que a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo (SAP/SP) divulgasse um endereço para que as pessoas possam enviar correspondências à presa.
"CARTAS PARA SUZY: tendo em vista a repercussão de reportagem exibida no Fantástico com a presa trans Suzy Oliveira, que está na Penitenciária I José Parada Neto, a SAP recebeu pedidos interessados em enviar cartas à reeducanda, que há 8 anos está sem receber visitas", diz o texto da secretaria, divulgado no Twitter.
Ao GLOBO, a secretaria informa que ainda não é possível quantificar as correspondências já enviadas a Suzy, já que há um espaço de tempo mínimo entre a remessa e a entrega pelos Correios, mas que na sexta-feira já será possível divulgar um balanço do número de cartas recebidas pela reeducanda.