Cultura

Escola de Cinema Darcy Ribeiro é ameaçada de despejo; abaixo-assinado pede #ficadarcy

Instituição, que funciona há 18 anos em prédio da União, no Centro do Rio, formou 20 mil profissionais na área de audiovisual
Escola de Cinema Darcy Ribeiro no Centro do Rio Foto: Reprodução
Escola de Cinema Darcy Ribeiro no Centro do Rio Foto: Reprodução

Após 18 anos de funcionamento, a Escola de Cinema Darcy Ribeiro, no Centro do Rio, corre o risco de ser despejada. A instituição recebeu notificação extrajudicial dos Correios, que cedeu o edifício para seu funcionamento em 2000. Agora, o órgão pede a desocupação do imóvel. “Os Correios, visando sua sustentabilidade financeira, estão avaliando todo o seu patrimônio imobiliário para otimizar a carteira de imóveis”, informou a instituição, em nota, à coluna de Guilherme Amado, da “Época”. Na internet, o abaixo-assinado #ficadarcy já reúne mais de 5 mil assinaturas.

— O prédio pertence à União, que o cedeu aos Correios. Estava abandonado, sem uso, e a escola investiu recursos para sua recuperação — defende o professor Ricardo Mansur.

Na manhã de ontem, alunos, professores e membros do conselho da instituição (como a produtora de cinema Renata Magalhães) se reuniram em assembleia para discutir a situação.

— Iniciamos um diálogo com o sindicato de funcionários dos Correios e estamos articulando um encontro com a superintendência do órgão para amanhã — conta Ricardo.

Dirigida por Irene Ferraz, viúva de Darcy Ribeiro, a escola é referência para audiovisual no Brasil, tendo formado 20 mil profissionais. Aos 87 anos, o cineasta Ruy Guerra, diretor de filmes como "Eréndira" (1983) e "Ópera do malandro" (1986), é um dos professores da instituição.

— Noventa por cento dos alunos saem da escola trabalhando, temos reconhecimento mundial. Alunos de vários países vêm estudar aqui — diz Ricardo. — Fechar seria um golpe muito grande para a escola, concebida como afirmação da identidade nacional e criação de um imaginário livre.