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Exposição celebra Lina Bo Bardi em seu 'habitat natural', o Masp

Museu lembra a trajetória da arquiteta ítalo-brasileira e sua produção intelectual
Lina Bo Bardi testa suporte de vidro para a Pinacoteca do MASP, em 1976 Foto: Divulgação/Lew Parrella

No mesmo dia da abertura de “Tarsila popular” — nesta sexta-feira , 5 — o Museu de Arte de São Paulo (Masp) inaugura a exposição “Lina Bo Bardi: Habitat”, dedicada à trajetória da arquiteta ítalo-brasileira (1914-1992) que projetou o prédio de concreto, vidro e tinta vermelha onde funciona o museu. A mostra fica em cartaz até 28 de julho, e compõe, com “Tarsila”, o ciclo “Histórias das mulheres, histórias feministas”.

“Lina Bo Bardi: Habitat” é dividida em três eixos principais, que contemplam a produção intelectual da arquiteta, suas incursões museológicas e a diluição de sua formação modernista europeia ao descobrir a cultura popular brasileira. A exposição reúne as revistas nas quais Lina trabalhou, os textos que escreveu, projetos, desenhos e fotos.

'Composição' (1930), óleo de Tarsila do Amaral que integra a retrospectiva 'Tarsila popular', que abre dia 5 de abril no Masp Foto: Jaime Acioli/Divulgação
A perspectiva do Masp é uma das obras da exposição 'Lina Bo Bardi: Habitat', que o museu inaugura dia 5 de abril em homenagem à arquiteta Foto: Henrique Luz/Divulgação
'Les merveilles de la nature', de René Magritte, é uma das 18 obras que o Masp recebe do Museu de Arte Contemporânea de Chicago (MAC). Com abertura no dia 5/4, a mostra faz parte da série 'Acervo em transformação', que em 2018 recebeu obras da Tate Modern Foto: Nathan Keay/Divulgação
'Velejando entre nós' - Obra de Ernesto Neto presente à retrospectiva 'Sopro', inaugurada no dia 30/3 na Pinacoteca do Estado de São Paulo, com curadoria de Jochen Volz e Valéria Piccoli Foto: Divulgação
Instalação 'Deep meditations', de Memo Akten, que integra a coletiva 'Consciência cibernética [?] Horizonte quântico', inaugurada dia 27/3 no Itaú Cultural Foto: Divulgação
Tela de Nuno Ramos na individual 'Sol a pino', que o artista inaugura dia 4/4 na Fortes D’Aloia & Gabriel Foto: Eduardo Ortega/Divulgação
Também na Fortes D’Aloia & Gabriel, Rivane Neuenschwander inaugurou no dia 1º de abril, a individual 'O alienista'. Na foto, obra da série 'Enredo' Foto: Divulgação
Na Galeria Mario Cohen, a mostra 'Ventos, luzes e tranças', inaugurada em 2/4, reúne 22 imagens assinadas por Roberio Braga, das séries 'Luz negra' (2013), 'Tranças' (2016) e 'Ventos da África' (2019) Foto: Divulgação

— Queremos apresentar Lina como uma intelectual, pensadora da cultura e de seu tempo, não só como arquiteta — disse ao GLOBO o curador Tomás Toledo. — Dos anos 1950 até o fim da vida, ela tentou mostrar o valor da cultura popular que, apesar de renegada pelas elites, é tão importante quanto o barroco e o modernismo.

Nascida em Roma, ela aportou no Brasil em 1947, acompanhando o marido, o mercador de arte Pietro Maria Bardi (1900-1999), primeiro diretor do Masp. Na exposição, são apresentados os 15 volumes da revista “Habitat”, que eles editaram em 1951 e 1952.

Lina pensava os museus como espaços democráticos, de aprendizado e socialização, e atentos ao saber popular. Além de atuar no Masp, criou e dirigiu, em Salvador, o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) e o Museu de Arte Popular Solar do Unhão.

Em janeiro de 2020, “Habitat” seguirá do Masp para o Museu Jumex, na Cidade do México, e, em junho, para o Museu de Arte Contemporânea (MCA), em Chicago, nos Estados Unidos.<SW>

— O público estrangeiro ainda conhece pouco a aproximação dela com as artes populares e sua busca incansável e complexa pela identidade brasileira — diz José Esparza, curador de “Habitat” no MCA.

“Lina Bo Bardi: Habitat”

Onde: Museu de Arte de São Paulo (MASP) - Avenida Paulista 1578, telefone: 11-3149-5959

Quando: De 5/4 a 28/7. Quarta a domingo, das 10h às 18h; terça-feira, das 10h às 20h. R$ 40 (grátis às terças)

Classificação: Livre