Cultura

Feira do Livros de Frankfurt aposta na diversidade e defesa dos direitos humanos

Autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie fez discurso de abertura
A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie Foto: ARNE DEDERT / AFP
A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie Foto: ARNE DEDERT / AFP

RIO — Homenageando a Geórgia como país convidado, a Feira do Livro de Frankfurt aposta na sua 70ª edição na diversidade, na defesa da liberdade de expressão e dos direitos humanos. A conferência de abertura foi feita pela escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. A autora fez uma fala em defesa do feminismo, segundo publicou o jornal alemão " Frankfurter Rundschau ".

— Ainda existe a tentativa de controlar as mulheres. Ainda existe uma incapacidade de enxergar as mulheres como seres humanos plenos — disse a escritora, tida como uma das principais vozes literárias do continente africano atualmente.

Presidente da Associação Alemã de Editores e de Livreiros, Heinrich Riethmüller também discursou na abertura. Ele lembrou que a Declaração dos Direitos Humanos, assim como a Feira de Frankfurt, também completa 70 anos em 2018.

Visitantes na Feira do Livro de Frankfurt Foto: DANIEL ROLAND / AFP
Visitantes na Feira do Livro de Frankfurt Foto: DANIEL ROLAND / AFP

— A indústria do livro deseja dar uma contribuição significativa para o sucesso de uma sociedade livre e democrática — afirmou, segundo o site " Deutsche Welle ".

Diversos debates se centrarão em temas ligados a liberdade de expressão, em especial na Europa. Na abertura do novo pavilhão do centro de convenções, ocorrida na manhã desta quarta-feira, o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier, a escritora croata Ivana Sajko e o autor belga Stefan Hertmans debateram sobre o tema "Como defender a liberdade em tempos turbulentos".

Segundo Sajko a literatura tem um papel central na vida política de um país.

— Ela mostra as narrativas invisíveis. Nos aproxima de histórias pequenas e individuais, que constituem a sociedade mais amplamente — afirmou, segundo o " Frankfurter Allgemeine ".

Outro desafio que irá pautas as conversas nas mesas e nos corredores da feira será a crise finceira que os mercados livreiros de diferentes partes do mundo vem enfrentando. Como publicou o " El País ", com exceção da China, os principais mercados de livros (EUA, Alemanha, França, Grã-Bretanha e Japão) estão em queda desde 2008.

Ainda assim, em relação ao ano passado, a Feira cresceu em 3% no número de expositores, como divulgou o " Publishnews ". Esse ano, o evento recebe 7,5 mil expositores de 110 países. No ano passado, quase 300 mil pessoas passaram pelo evento.