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‘As acusações são bizarras e vergonhosas’, diz Kleber Mendonça Filho sobre cobrança de R$ 2,2 milhões

Secretaria Especial de Cultura diz que produtora do diretor fez irregularidades na captação de recursos para filme
O diretor Kleber Mendonça Filho Foto: Infoglobo
O diretor Kleber Mendonça Filho Foto: Infoglobo

RIO — No mesmo dia em que foi divulgada a seleção de “Bacurau” para a competição de Cannes , em 18 de abril, a Secretaria Especial de Cultura anunciou que havia negado o último dos três recursos da produtora do diretor Kleber Mendonça Filho , a Cinemascópio, acusada de irregularidades na captação de recursos para o filme “O som ao redor” (2012). O cineasta recorreu, então, ao Tribunal de Contas da União (TCU). ( Conheça 'Bacurau', o representante brasileiro na corrida pela Palma de Ouro )

O argumento do governo é de que o filme excedeu o limite de R$ 1,3 milhão que poderia captar ao vencer um edital destinado a produções de baixo orçamento. “O som ao redor” captou mais R$ 410 mil de um edital do governo de Pernambuco. Chegou, assim, a um total de R$ 1,7 milhão. Agora, a Cinemascópio está sendo cobrada em R$ 2,2 milhões , somando juros e atualização monetária.

— Apresentamos um novo recurso. Essa acusação e a multa não têm nenhum fundamento, são injustas e exóticas: na época consultamos todos os órgãos competentes para autorizar as diferentes captações do filme, e o orçamento foi redimensionado exatamente como aconteceu com muitos outros projetos, com a autorização do MinC e validação da Ancine ( Agência Nacional do Cinema ). Tudo está documentado, e as comunicações internas entre esses órgãos são claras nesse sentido.

Mendonça Filho diz ainda que, um ano atrás, reapresentou toda a documentação quando foi notificado.

— Vale informar que foi dentro do MinC que a acusação floresceu, para um filme que o próprio MinC indicou para representar o país no Oscar em 2013, e que é um sucesso no Brasil e no exterior como poucos brasileiros já foram. Acreditamos que o diálogo ainda é possível na nova administração, e contamos que a Justiça entenda que as acusações são bizarras e vergonhosas para um órgão que deveria apoiar o artista, e não o perseguir.