De onde vem a maldade de Cruella de Vil e sua obsessão com casacos de pele e dálmatas? Aliás, será esse mesmo o nome da vilã? São essas as perguntas que a Disney quer responder com “Cruella”, filme sobre o passado da personagem de “101 Dálmatas”, que estreia hoje nos cinemas. Amanhã, a produção, com Emma Stone no papel principal, chega ao Premier Access da Disney .
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O longa faz parte da estratégia da Disney de investimento em prequels , filmes que exploram a história pregressa de vilãs consagradas de seu vasto catálogo. O mesmo foi feito com “Malévola ”, de “A Bela Adormecida”, com Angelina Jolie e Elle Fanning.
'Cruella': curiosidades sobre a megaprodução da Disney
— Definitivamente, é o filme mais sombrio que eu vi da Disney em um bom tempo — diz Emma Stone sobre o clima gótico da Londres dos anos 1970 em que se passa a história.
Para contá-la, foi recrutada outra Emma, a Thompson, para o papel da Baronesa, estilista que dá o primeiro emprego a Cruella no mundo da moda e apresenta à jovem um universo de maldades até se tornar uma inimiga.
— Tenho desejado há anos viver uma vilã de verdade. Passei décadas interpretando o que a minha mãe costumava chamar de “mocinhas de vestidinho”. Agora posso dizer que interpretei uma mulher realmente má de “vestidinho” — brinca Emma T., como era chamada para evitar confusão com a colega homônima. — Ah, aqueles “vestidinhos”. Toda vez que eu e Emma entrávamos no set, andávamos em volta uma da outra como se fôssemos peças de arte. E éramos. Fazer xixi era difícil, envolvia um time. Os sapatos, então, eram um desafio, com aqueles saltos. Não costumo usar nada mais alto que um chinelo na vida real.
O figurino a que T. se refere é um ponto alto do filme. Obra de Jenny Beaven, vencedora de dois Oscars, um por “Mad Max” (2015) e outro por “Uma janela para o amor” (1985).
Camadas
A história dos “101 Dálmatas” foi escrita por Dodie Smith em 1956. Em 1961, a Disney a transformou em animação e começou o processo de globalização de uma ficção em que Cruella era apenas muito má. Até agora.
— Queria que houvesse esta área cinzenta e que as pessoas fossem capazes de ter empatia com as escolhas que ela estava fazendo — diz o diretor Craig Gillespie, cujo currículo tem os filmes “Arremesso de ouro” (2014) e “Eu, Tonya” (2017).
Emma Stone embarcou no projeto não apenas por ser fã da animação, mas por poder mostrar os muitos lados da personagem:
— Acho que nunca seria capaz de interpretar um personagem se realmente pensasse: “Oh, ele é simplesmente ruim, apenas um vilão.” Você acha que algum malvado anda pelo mundo pensando que é malvado? Eles acham que estão certos.
A equipe tentou não se influenciar pela primeira Cruella de carne e osso, interpretada por Glenn Close no live-action de 1996. A atriz, aliás, é uma das produtoras executivas desta nova versão.
— Honestamente, quis me manter longe daquele filme. Não queria ser contaminado na forma de dirigir Emma Stone. As referências que usei foram apenas da animação — diz Craig, que não deixou de ter cachorros reais no set. — Numa mesma cena, temos cães de verdade e também de computação gráfica.
As Emmas adoraram as companhias caninas, principalmente de Wink, chihuahua que consideram a estrela do filme.
—Tentei que Wink (o nome verdadeiro é Bluebell) fosse despedido no primeiro dia. Disse que ele ficou mexendo no meu figurino, mas ninguém acreditou. Era apenas uma tentativa cruel de me livrar dele, que, francamente, estava me ofuscando — brinca Emma Thompson.