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Por O GLOBO — Rio de Janeiro

A alemã Christiane Vera Felscherinow, nascida em 1962, ficou conhecida mundialmente no final dos anos 1970 e início dos 1980. Em 1978, teve sua história contada em uma série de artigos para a revista Stern, que se transformou no livro “Eu, Christiane F. - 13 anos, drogada e prostituída”, escrito pelos jornalistas Kai Herrmann e Horst Rieck em colaboração da própria jovem, que relatou sua trajetória de luta contra as drogas e prostituição na adolescência.

O livro foi um sucesso instantâneo, vendendo milhões de cópias. A trama acompanha uma jovem que deixa Hamburgo, no norte da Alemanha, e se muda com a família para Berlim. Lá, além de descobrir a vida agitada da capital, sofre com um lar abusivo e a separação de seus pais.

Três anos depois, a história virou filme, que retorna hoje aos cinemas brasileiros em cópia comemorativa pelos 40 anos de seu lançamento. O longa dirigido por Uli Edel e estrelado por Natja Brunckhorst se tornou um marco cultural por apresentar a cena underground alemã e trazer a participação de David Bowie.

Os sucessos do livro e do filme transformaram Christiane F. em um ícone pop e símbolo da luta contra as drogas. Com a fama, durante os anos 1980, tentou seguir carreira na música e como atriz. Chegou a atuar nos filmes “Neonstadt” (1982) e “Decoder” (1984), mas as empreitadas artísticas não tiveram grandes repercussões. Neste período, ela contraiu hepatite C pelo uso de uma seringa compartilhada.

Lutando contra a dependência e participando de programas contra as drogas, Christiane F. teve um filho, Phillip, em 1996, e por mais de uma vez perdeu a guarda do menino. Ao longo dos anos, falou sobre o medo de ter uma recaída, o que aconteceu em 2008. Na ocasião, ela decidiu se mudar para Amsterdã com o namorado, levando o filho. Ao tomar conhecimento do plano, o juizado de menores tomou a criança da mãe. Ela, então, sequestrou o próprio filho e fugiu para a Holanda, onde voltou a usar drogas.

Após brigar com o namorado, ela retorna à Alemanha e entrega a criança para as autoridades. O menino é colocado em um abrigo, mas acompanhado de perto pelos avós.

Livros lançados em 1978 e 2013 contam a história de Christiane F. — Foto: Divulgação
Livros lançados em 1978 e 2013 contam a história de Christiane F. — Foto: Divulgação

Em 2013, Christiane F. decide atualizar sua história e lança a autobiografia “Eu, Christiane F., a vida apesar de tudo”, com a ajuda da escritora Sonja Vukovic. À época, deu uma de suas últimas entrevistas, à Vice, quando afirmou: “eu vou morrer em breve, eu sei disso”.

Mas Christiane segue viva. Hoje, com 60 anos de idade, mas sem aparições públicas. Sua principal fonte de renda são os direitos autorais dos dois livros sobre sua vida.

Em 2014, a autora Sonja Vukovic e o editor Jörg Schäffer fundaram, com o consentimento de Christiane, a Fundação Christiane F. para promover a conscientização sobre drogas e ajudar familiares de dependentes químicos. Por um período, Christiane manteve um blog pessoal no site da organização sem fins lucrativos, mas com o tempo o espaço foi deixado de lado. Em 2021, após anos de inatividade, a fundação foi vendida para empresários alemães, que alteraram o nome para Fundação F., embora Christiane ainda seja amplamente citada nas páginas do site oficial.

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