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Por Lucas Salgado — Rio de Janeiro

Filho de professores e criado no Brooklyn, em Nova York, onde vive até hoje, Darren Aronofsky sempre teve seu dia a dia cercado pela confusão da metrópole. O interesse pela arte e pelo entretenimento nasceu ao frequentar espetáculos da Broadway com os pais, mas ainda sentia a necessidade de descobrir o mundo e ter uma maior ligação com a natureza. Antes de concluir seus estudos em Cinema e Antropologia, em Harvard, no início dos anos 1990, fez estágio no campo da biologia no Quênia e no Alasca, e viajou de mochila pela Europa e pelo Oriente Médio tentando conhecer um mundo diferente do da cidade grande.

Em três décadas de carreira como cineasta, Darren, hoje com 53 anos, expôs em várias de suas obras este interesse pela natureza. Em “Fonte da vida” (2006), Hugh Jackman visita as florestas da América do Sul em uma jornada de mistério, espiritualidade e ciência. Com “Noé” (2014), resgata a história bíblica do homem que constrói uma arca para salvar animais do dilúvio divino. Já em “Mãe!” (2017), o diretor cria uma fábula de realismo fantástico envolvendo metáforas sobre religião e natureza.

— Fui um garotinho que cresceu no Brooklyn. Como alguém da cidade, desde criança tenho essa vontade de explorar um mundo selvagem. Por isso sempre estou envolvido com reflexões sobre o meio ambiente e sobre como protegê-lo — conta Darren em conversa por telefone. — Acredito que a questão ambiental deveria ser a maior preocupação de todos nós. A grande questão é: como nos salvar?

A paixão pela causa ambiental também se faz presente em seu trabalho como produtor, como é o caso de “O território”, documentário que traça um panorama da realidade da tribo Uru-Eu-Wau-Wau, em Rondônia, nos últimos anos e que chega aos cinemas quinta-feira. Darren conta que em 2019 foi procurado pelo diretor Alex Pritz, também de Nova York, com o projeto já em andamento. Sensibilizado pelas imagens de queimadas no Brasil e impactado pelas primeiras cenas já gravadas, Darren decidiu investir no projeto, que acabou conquistando o Prêmio Especial do Júri e o Prêmio do Júri Popular no Festival de Sundance, em 2022.

Documentário 'O território' — Foto: Divulgação/Alex Pritz
Documentário 'O território' — Foto: Divulgação/Alex Pritz

E “O território” não foi o único filme passado no Brasil em que o diretor de “Réquiem para um sonho” (2000) e “Cisne negro” (2010) se envolveu recentemente. Ele também é um dos produtores de “Pacificado”, drama estrelado por Débora Nascimento e José Loreto lançado no mês passado. Darren ficou fascinado pela história do diretor do longa, Paxton Winters, que morou por oito anos no Morro dos Prazeres, no Rio de Janeiro, antes de realizar o projeto que conta a história de um ex-líder do tráfico que retorna para a comunidade após passar anos preso.

— Paxton estava vivendo uma experiência única morando em uma favela, aceito pela comunidade. Então, estava em um lugar especial para contar uma história de um ponto de vista único. O encorajei a juntar forças com a comunidade e fazer um filme pelo olhar dela — lembra o diretor.

Com os olhos voltados para o Brasil, Darren tem uma atenção especial à Amazônia, mas também analisa a cena política nacional.

— O cenário político no Brasil, infelizmente, é parecido com o que acontecia nos Estados Unidos há dois anos. As coisas estão começando a mudar aqui, começamos a tentar olhar para um futuro melhor. Espero que nas eleições as pessoas busquem um Brasil que olhe para o futuro e não para o século passado.

Elogios a Brendan Fraser

Passados cinco anos desde seu último projeto como diretor, “Mãe!”, com Jennifer Lawrence e Javier Barden, Darren acaba de exibir seu mais novo filme, “The whale”, no Festival de Veneza. Ainda sem título em português, o longa vem colecionando elogios ao trabalho de Brendan Fraser, que foi aplaudido de pé por seis minutos após a exibição no evento italiano. Em alta no final dos anos 1990 com obras como “George, o rei da floresta” (1997) e “A múmia” (1999), o ator parece diante de uma história de redenção após ser praticamente esquecido por Hollywood. Em 2018, em meio ao surgimento do movimento #MeToo, o ator declarou ter sido vítima de assédio sexual no início dos aos 2000 pelo então presidente da Associação de Imprensa Estrangeira, entidade responsável pelo Globo de Ouro. O trauma o levou a uma depressão.

Brendan Fraser em 'The whale' — Foto: Divulgação/A24
Brendan Fraser em 'The whale' — Foto: Divulgação/A24

Em “The whale”, o ator interpreta Charlie, um professor de inglês que pesa 270 quilos e passa a maior parte do tempo sentado no sofá. Solitário, ele busca se reconectar com a filha adolescente vivida por Sadie Sink, a Max de “Stranger things”.

— É um filme delicado. Estou animado para que as pessoas assistam à incrível atuação de Brendan Fraser — comenta Darren. — Tenho os direitos da peça de Samuel D. Hunter há dez anos. Demorei a encontrar o ator certo, até me deparar com cenas de Brenda e concluir que ele seria a pessoa ideal para desafio.

O diretor destaca que Brendan passou por um intenso processo de caracterização para viver o personagem. Além de ter ganho peso, o ator usou próteses de 130 quilos e enfrentou sessões de até seis horas de maquiagem. O processo desgastante, no entanto, parece que irá render frutos. O ator desponta como importante nome para a temporada de premiações, já sendo apontado como um dos favoritos ao Oscar 2023.

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