Os responsáveis pela organização do César, prêmio considerado o Oscar do cinema francês, decidiram que pessoas indiciadas ou condenadas por assédio ou violência sexual não poderão comparecer à cerimônia anual. No entanto, essas pessoas ainda poderão ser indicadas e, inclusive, premiadas. Mas, se vencerem o prêmio, não poderão ser substituídos por terceiros na cerimônia.
A decisão ocorreu após a repercussão negativa diante do fato do ator Sofiane Bennacer ter sido colocado como um dos pré-selecionados na categoria de melhor revelação. Destaque de "Les amandiers", de Valeria Bruni Tedeschi, o ator foi acusado de estupro e violência sexual por quatro mulheres. Além de instituir a nova norma, a Academia de Cinema Francesa também retirou o nome do ator da lista de possíveis indicados.
Desde o surgimento do movimento #MeToo em 2017, nos Estados Unidos, o cinema francês vem discutindo formas de lidar com as acusações de assédio, e nem sempre foi efetivo o bastante. Em 2020, a vitória de Roman Polanski na categoria melhor direção fez com que Céline Sciamma e Adèle Haenel, diretora e protagonista de "Retrato de uma jovem em chamas", abandonassem a cerimônia em meio a transmissão.
A próxima edição do César será realizada no dia 24 de fevereiro, em Paris.