Os indicados ao Oscar 2023 serão conhecidos na próxima terça-feira (24), e uma coprodução brasileira está pré-selecionada na disputa de melhor documentário. Trata-se de "O território", do americano Alex Pritz.
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A produção traça um panorama geral da realidade da tribo Uru-Eu-Wau-Wau, em Rondônia, nos últimos anos. A câmera acompanha indígenas, ativistas, políticos, fazendeiros e grileiros que convivem na mesma área numa rotina de tensão e violência. Na companhia de uma equipe local, que contou inclusive com profissionais indígenas, Pritz registrou momentos impressionantes de ataque às terras indígenas.
Premiado no Festival de Sundance do ano passado, o longa já está disponível para streaming no Brasil, na plataforma Disney+. Recentemente, o ator e produtor Leonardo DiCaprio compartilhou um post sobre o filme em suas redes sociais. Ele publicou até uma foto ao lado do indígena brasileiro Bitaté Uru-Eu-Wau-Wau, um dos personagens centrais da história. Na imagem também aparece o produtor Darren Aronofsky, envolvido no projeto.
— Não me propus a fazer um filme sobre direitos indígenas. Sou americano, não sou indígena. Mas eu queria contar uma história sobre pessoas que lutavam para proteger a floresta tropical, para proteger suas casas. E, obviamente, isso inclui a perspectiva indígena. Sabia desde o início que não poderia falar em nome dos indígenas, não tenho lugar — relatou Pritz ao GLOBO em entrevista no ano passado.
A causa indígena voltou a ser destaque no noticiário brasileiro após a visita do presidente Lula ao povo Yanomami, em Roraima, neste sábado, quando foi constatado um quadro grave de insegurança alimentar, desnutrição, dentre outras denúncias.