Passados 15 anos da última greve de roteiristas dos Estados Unidos, Hollywood se vê diante da possibilidade de uma nova paralisação. O sindicato dos roteiristas dos EUA (WGA) pediu autorização para seus membros para declarar greve caso não entrem em acordo nas negociações contratuais com os estúdios de Hollywood até o dia 1º de maio.
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Os roteiristas defendem a necessidade de se adequar os acordos comerciais aos novos tempos da indústria, muito modificada em razão do streaming. Segundo o jornal LA Times, cerca de 30% dos roteiristas recebiam o salário mínimo permitido pelo sindicato em 2013. Hoje, 10 anos depois, a porcentagem ultrapassa a casa dos 50%.
O WGA também alega que o novo modelo de séries adotado pelos estúdios fez com que o salário anual médio do roteirista fosse afetado. Se há alguns anos, cada temporada de série tinha uma média de 20 episódios, hoje a médias está entre oito e dez, o que representa menos tempo de trabalho para os profissionais.
Segundo o sindicato, sem reajustes desde 2018, o salário médio do roteirista americana desvalorizou 14% por causa da inflação nos últimos cinco anos.
Em novembro de 2007, roteiristas entraram em greve e geraram consequências importantes no mercado audiovisual. A paralisação interrompeu várias produções, reduziu temporadas de séries, gerou o cancelamento do Globo de Ouro e ainda gerou um prejuízo de cerca de US$ 2,1 bilhões na economia da Califórnia.
Séries famosas como "Lost", "ER", "Bones", "The big bag theory", "Breaking Bad", "Grey's anatomy" e muitas outras tiveram número reduzidos de episódios em razão da crise. À época, muitos atores saíram em apoio aos roteiristas e se recusaram a trabalhar na séries.