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Por Carlos Helí de Almeida; Especial Para O GLOBO — Cannes, França

A geração TikTok acaba de ganhar mais uma fonte de inspiração para seus vídeos curtos que imitam o visual dos longas-metragens de Wes Anderson. “Asteroid City”, o novo trabalho do diretor americano conhecido por seu estilo bastante particular, baseado em simetrias, paleta de cores envelhecidas e personagens excêntricos, ganhou première mundial na noite desta terça-feira (23), para o deleite dos admiradores do autor de “O Grande Hotel Budapeste” (2014). O tapete vermelho encheu-se de estrelas do elenco, como Scarlett Johansson, Bryan Cranston e Tom Hanks.

O filme, que Anderson escreveu com Roman Coppola, é ambientado na fictícia cidade deserta do sudoeste americano do título, onde vários personagens vão parar por diferentes motivos – um carro com defeito ou uma convenção de observadores de estrelas. A trama, que se passa nos anos 1950, é armada dentro de uma estrutura mais complexa: é uma peça que está sendo encenada que, por sua vez, está sendo filmada para uma transmissão de TV. Ou seja, dioramas dentro de dioramas para inspirar mais posts com momentos do cotidiano em mídias sociais.

No dia anterior à estreia de “Asteroid City” em Cannes, Anderson contou em entrevista que nunca assistiu a nenhum vídeo do TikTok, “nem os relacionados a mim”: “Sempre que alguém responde com entusiasmo aos filmes que fiz ao longo desses anos é uma coisa boa, uma sorte. Eu me sinto feliz por isso. Mas tenho a sensação de que se eu acompanhasse esses vídeos na internet eu pensaria comigo mesmo: ‘Poxa, é isso mesmo que estou fazendo?’ Então, eu me protejo não os assistindo”.

“Asteroid City” abre com imagens em preto e branco de um apresentador de TV, interpretado por Bryan Cranston (da série “Breaking bad”) explicando para câmera que o público está prestes a assistir a uma peça do dramaturgo Conrad Earp (Edward Norton). Quando a ação em si começa, a tela ganha cores e a câmera passa se movimentar pelos cenários artificiais da pequena cidade empoeirada, conhecida por seu observatório astrológico e a enorme cratera que abriga um antigo meteoro.

Vários personagens estão por ali de passagem, como o fotógrafo Augie Steenbeck (Jason Schwartzman), a caminho da casa do sogro (Tom Hanks) com os três filhos à tiracolo. Há também a estrela de cinema Midge Campbell (Scarlett Johnasson) e sua filha adolescente, obcecada por ciência, a cientista (Tilda Swinton) que trabalha em um projeto local, os militares que fazem testes nucleares na área e um bando de crianças que chegou à cidade para observar o céu noturno. Tudo vai muito bem até que um extraterrestre aparece e leva o meteoro que fundou o lugar.

– Eu não confiaria em minhas opiniões sobre a existência ou não de vida extraterrestre. O tipo de pesquisa que foca o filme, por mais extensa que fosse, não seria encontrado na academia – comentou o diretor às gargalhadas durante o encontro com a imprensa, no início da tarde desta quarta-feira (24). – Até Stephen Hawking insistia que é numericamente improvável que não haja vida extraterrestre. Na verdade, não acredito em vida fora daqui.

O contato imediato do terceiro grau com o alien – uma participação especial de Jeff Goldblum, um dos atores recorrentes de Anderson – implica na imposição de uma quarentena, mantida pelos militares. O diretor afirma que a pandemia da Covid teve seu impacto tanto na escritura do roteiro quando nas filmagens, já que a equipe e o elenco trabalharam isolados, como uma comunidade fechada.

– Eu e Roman escrevemos o roteiro durante o período mais intenso da Covid. Acho que não teríamos criado uma quarentena na história se não tivéssemos passado por uma – contou Anderson. – Ainda estávamos sobre as regras da pandemia quando filmamos. Trabalhamos sob rígidos protocolos e isso realmente foi muito conveniente. Adorava formar uma trupe, sentar numa mesa comprida e jantar. Fazíamos tudo junto. O cenário era enorme, era um deserto, um deserto só para nós.

Além de Goldblum, vários atores fazem breves participações em “Asteroid City”, como Matt Dillon, Margot Robbie, Willem Dafoe, Rita Wilson e Rupert Friend. O brasileiro Seu Jorge, que trabalhou com Anderson em “A vida aquática de Steve Zissou” (2004), aparece entre os membros de uma banda de cowboys que toca para os turistas presos pela quarentena.

– Seu Jorge pôde trazer seu violão e cantar algumas músicas para nós depois do jantar da equipe, quando não estávamos filmando – lembrou o diretor.

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