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Por O GLOBO — Rio de Janeiro

Venceu na madrugada desta terça-feira (2), o acordo trabalhista vigente entre o Sindicato dos Roteiristas dos Estados Unidos (WGA) e os grandes estúdios de Hollywood. Sem que as partes chegassem um entendimento para um novo acordo, os roteiristas anunciaram uma nova paralisação, 16 anos após a greve que afetou filmes, séries e a própria economia dos EUA, especialmente do estado da Califórnia, em 2007.

"A direção e conselho do WGA, atuando sob autorização de seus membros, votou para declarar greve, efetiva a partir de 00h01 desta terça-feira, 2 de maio. A decisão foi tomada após seis semanas de negociações com Netflix, Amazon, Apple, Disney, Warner, NBC Universal, Paramount e Sony, sob o guarda-chuva da Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP). Apesar do compromisso do nosso comitê de negociações em fechar um acordo justo, a resposta dos estúdios foi insuficiente diante da crise existencial que os roteiristas estão sofrendo. Os protestos começam na tarde de amanhã (terça)", declarou o sindicato em post nas redes sociais. O WGA contou com a aprovação de 98% de seus quase 11 mil membros para declarar greve.

Segundo dados da Aliança de Produtores de Filmes e TV, que representa os estúdios na negociação, a greve pode afetar cerca de 600 produções para cinema, TV e streaming, além de poder gerar a perde de até 20 mil postos de trabalho em toda a indústria. De imediado, os programas de entrevistas exibidos pela TV americana, os famosos "talk shows" serão os primeiros a serem afetados e já devem sair do ar imediatamente. Apresentadores como Stephen Colbert, Jimmy Kimmel e Seth Meyers já se manifestaram em apoio aos roteiristas.

Sobre a greve, a AMPTP se manifestou dizendo que os estúdios fizeram um generoso pacote de propostas, mas que seguem abertos a negociações. "Os estúdios seguem unidos no desejo de chegar a um acordo que seja mutualmente beneficiário aos roteiristas e à saúde de longevidade da indústria, para evitar que os milhares de trabalhadores que dependem da mesma sejam afetados", disse a AMPTP em comunicado oficial.

Os roteiristas defendem a necessidade de se adequar os acordos comerciais e trabalhistas aos novos tempos da indústria, muito modificada em razão do streaming. Segundo o jornal LA Times, cerca de 30% dos roteiristas recebiam o salário mínimo permitido pelo sindicato em 2013. Hoje, 10 anos depois, a porcentagem ultrapassa a casa dos 50%.

Greve de roteiristas movimentou Hollywood entre 2007 e 2008 — Foto: Spencer Platt/AFP
Greve de roteiristas movimentou Hollywood entre 2007 e 2008 — Foto: Spencer Platt/AFP

O WGA também alega que o novo modelo de séries adotado pelos estúdios fez com que o salário anual médio do roteirista fosse afetado. Se há alguns anos, cada temporada de série tinha uma média de 20 episódios, hoje a média está entre oito e dez, o que representa menos tempo de trabalho para os profissionais. Outra reclamação é que as companhias começaram a investir em minisalas de roteiristas, que contam com menos profissionais e duram menos tempo, isolando os profissionais de boa parte do processo de produção.

Segundo o sindicato, sem reajustes desde 2018, o salário médio do roteirista americana desvalorizou 14% por causa da inflação nos últimos cinco anos. O WGA também quer discutir o futuro impacto da inteligência artificial na profissão de roteirista.

Já os estúdios defendem que este não é o melhor momento para grandes mudanças nos acordos trabalhistas, com a indústria ainda se recuperando da pandemia e com as principais plataformas de streaming passando por dificuldades. A Disney está em processo de demitir até sete mil funcionários, enquanto que a Warner Bros. Discovery, além de demitir milhares de pessoas, cancelou diversas produções em andamento para tentar equalizar um empréstimo de cerca de US$ 50 bilhões.

Executivos acreditam que a greve pode ser muito prejudicial para a indústria, mas que os estúdios, especialmente as plataformas de streaming, estão mais preparadas para sobreviver. Muitas das plataformas investe em produções não roteirizadas, como reality shows. Além disso, a greve não afeta as séries internacionais, que não estão sob contrato com o WGA. Assim, serviços como o da Netflix, com vasta produções internacional, pode ser menos afetado.

Em novembro de 2007, roteiristas entraram em greve e geraram consequências importantes no mercado audiovisual. A paralisação durou 100 dias e interrompeu várias produções, reduziu temporadas de séries, gerou o cancelamento do Globo de Ouro e ainda gerou um prejuízo de cerca de US$ 2,1 bilhões na economia da Califórnia. Séries famosas como "Lost", "ER", "Bones", "The big bag theory", "Breaking Bad", "Grey's anatomy" e muitas outras tiveram número reduzidos de episódios em razão da crise. À época, muitos atores saíram em apoio aos roteiristas e se recusaram a trabalhar na séries.

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