Filmes
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Por Gustavo Cunha — Rio de Janeiro

Um mar de ideias se esconde por baixo dos fios brancos e revoltos de Ruy Guerra. O cineasta de 91 anos que acorda tarde — e não faz “n-a-d-a” durante o dia — passa noites e madrugadas elaborando projetos que pretende tirar do papel. Este ano, após finalizar o longa “A fúria”, encerramento de uma trilogia composta por “Os fuzis” (1964) e “A queda” (1976), ele começará a rodar “O tempo à faca”, em agosto, no sertão baiano. Em 2024, se tudo correr como o esperado, o diretor planeja filmar uma adaptação cinematográfica de “Calabar: o elogio da traição”, musical escrito com Chico Buarque, e que foi impedido de estrear nos teatros, em 1973, pela ditadura. O autor já se debruça sobre o roteiro, que será embalado por composições inéditas de Chico, além de clássicos como “Tatuagem” e “Não existe pecado ao sul do Equador”.

— Sonhar é acreditar nos desejos e não deixar que a vida me domine. Esse é o segredo da longevidade — afirma Ruy, ao explicar por que não abandona o ofício. — Repare só: é raríssimo um grande escritor ou artista morrer no meio de uma obra. Enquanto realizar algo, estarei vivo. A arte me faz vibrar. Há uma força interior aí.

Ruy Guerra (à esquerda) e Chico Buarque, em 1973, com o cartaz de Calabar ao fundo — Foto: Divulgação/Acervo Vavy Borges
Ruy Guerra (à esquerda) e Chico Buarque, em 1973, com o cartaz de Calabar ao fundo — Foto: Divulgação/Acervo Vavy Borges

Diagnosticado com câncer de próstata — algo que lhe exige um acompanhamento médico regular —, o cineasta afirma que segue “lutando para sobreviver, como qualquer brasileiro”. E, também por isso, não para de trabalhar.

— Por enquanto, a saúde está maravilhosa. Minha relação com o câncer é a mesma com Deus: não tomo conhecimento dele, e ele não toma conhecimento de mim. Assim nos entendemos muito bem (risos). Fora a dificuldade de locomoção e as pernas enfraquecidas, estou totalmente bem. E, o melhor: estou feliz, muito feliz — frisa o artista.

Os planos são pautados por um horizonte amplo, difuso:

— Após os 100 anos, quero ser escritor e escrever romances. Esse é meu programa de vida. Até provarem que vou morrer antes dos 117, não estarei errado. Se surgir um contratempo, paciência... Mas não vou marcar minha morte cedinho. Não sou bobo! E acredito mesmo nisso. Até lá, não morro — sentencia. — O sonho é assim: a gente o imagina, e trabalha ele na realidade. Essa é a única maneira de viver, não? Temos que acreditar no sonho.

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