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Por Maria Fortuna — Rio de Janeiro

Quando a cineasta Roberta Canuto e a produtora Clélia Bessa tomaram conhecimento do desejo de Heloísa Buarque de Hollanda de mudar de nome, não conseguiram mais pensar em outro mote que não fosse esse para conduzir o filme que tinham na cabeça.

A princípio, a inspiração inicial do documentário era o livro virtual “Marginais anos 70”, em que Heloísa reflete sobre a cultura alternativa daquela uma época. Mas ao se verem diante de uma nova Helô, muito mais interessada em falar sobre sua transformação do que do passado, decidiram mudar a rota. E batizaram o projeto de “O nascimento de H.Teixeira”.

— A gente agarrou essa ideia, porque é muito coerente com toda a história da Heloísa. É como se fosse incorporação de tudo que ela defendeu a vida inteira — define Roberta. — Não só a relação dela com o feminismo, mas essa coisa ousada, de estar à frente do tempo, antenada, sensível a tudo que está acontecendo.

Parceria com o Canal Curta!, o longa está previsto para estrear no ano que vem honrando Heloísa como “fonte inesgotável de conhecimento, inspiração e reflexões”, como define Clélia, para toda uma geração de mulheres, da qual a produtora faz parte.

— Estou com 60 anos e sempre pensei que tínhamos que ouvir Heloísa sobre tudo. Ela é visionária, uma parabólica, uma antena gigante que está sempre em movimento — diz Clélia. — E nunca teve esse protagonismo de ser a dona de um filme dela. Acho que ela precisava contar sua história em primeira pessoa.

E a história de Heloísa, brilhante pensadora do comportamento humano, se confunde com a da cultura brasileira, o que dá ao filme um tom de “caleidoscópio”, segundo Clélia

— Utilizamos imagens de filmes e de momentos marcantes das artes dos quais ela falou. Tem o pilar do feminismo, os marginais, a atuação dela na universidade, para onde ela levou novas luzes, um frescor. Todos esses momentos da vida dela são retratados.

Roberta complementa.

— O feminismo é a lente dela, o que costura tudo. É legal porque é um relato pessoal sobre uma mudança geracional, cultural. É interessante perceber como o percurso dela, que fala sobre os pais e a família que construiu, vai costurando a História da cultura e luta feminista no Brasil. Há a lente poética particular dela misturada a esse contexto.

Um contexto em que aparece o percurso de toda uma geração de artistas mulheres das quais Heloísa sempre falou: a atriz Helena Ignez, as cineastas Leticia Parente, Lucia Murat e Helena Solberg. Todas representadas na história da protagonista do documentário.

Protagonista essa que, diante da câmera, solta o verbo sem cerimônia.

— Helô tem falado de velhice e quando se chega na velhice, fica-se sem freio, fala-se o que quer. Fazer um filme nesse momento deu a ela e a nós muita liberdade. Ela está se permitindo, não há nada que a segure. Tem filme que é filme explosão. Esse tem um lugar de filme pra sempre, filme consulta, filme registro — afirma Clélia.

E Heloísa Teixeira ganhará um segundo documentário. Lula Buarque de Hollanda está finalizando “Helô”, um documentário de filho para mãe.

— É uma visão do filho que sentiu a necessidade de contar a história dessa intelectual maravilhosa de um ponto de vista mais íntimo. Tem a história institucional, falo muito da universidade das quebradas, e também da família. — resume Lula.

O diretor aguarda a posse da mãe na ABL para captar cenas e finalizar o filme, uma coprodução de Espiral, Conspiração e Hysteria, com roteiro de Isabel de Luca e Julia Anquier. O desejo de Lula é estrear no Festival do Rio, em outubro.

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