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Por O Globo — Rio de Janeiro

O cultuado diretor francês Philippe Garrel, de 75 anos, foi acusado de assédio sexual por cinco atrizes, em matéria publicada pelo site Mediapart e que repercutiu fortemente na imprensa francesa. As atrizes acusam o diretor de oferecer papéis em seus filmes em troca de favores sexuais. Quatro delas ainda citam tentativas de beijos não consentidos. O realizador nega as acusações e argumenta que foram casos de "sentimentos mal interpretados".

A atriz Anna Mouglalis, que já havia trabalhado com Garrel em "O ciúme" (2013), conta ao site que foi convidada pelo realizador para trabalhar em um roteiro sobre o "desejo feminino". Em um dos encontros na casa da atriz, que é 30 anos mais nova que o cineasta, ele teria deixado o escritório por um momento. Na sequência, ela teria encontrado o diretor deitado em sua cama. À publicação, Garrel nega qualquer atitude invasiva e afirma que teria passado mal na casa da atriz e pedido para deitar um pouco.

Os outros depoimentos de mulheres envolvem tentativas de beijos forçados. Uma atriz que preferiu manter o anonimato. Ela fez um pequeno papel em um longa do diretor em 2017. No ano seguinte, Garrel a chamou para trabalhar novamente e a convidou para uma reunião em um quarto de hotel, o que ela recusou. Durante encontro em um café, o diretor teria alisado a perna da atriz. Ao deixá-la no metrô, ele ainda teria tentado beijá-la. Garrel afirma que a situação foi apenas "um beijo na bochecha".

A atriz Laurence Cordier cita situação parecida. Em 2003, quando estava no último ano do Conservatório de Paris (onde Garrel era professor), o diretor a convidou para conversar sobre um papel. Após o encontro, os dois teriam caminhado juntos, quando o diretor ficou bem próximo da atriz. Ele ainda teria oferecido para pagar um hotel para Cordier, o que foi recusado. Ao final, teria a agarrado pela cintura antes de ser afastado.

Em 1994, o diretor teria se oferecido para escrever um filme para uma de suas alunas do Conservatório, Marie Vialle. A jovem fala à publicação sobre vários encontros profissionais, incluindo um em que o diretor tentou beijá-la. “Não posso fazer o filme se não dormir com você”, teria dito o cineasta. A atriz recusou a participação no filme.

Ao Mediapart, Philippe Garrel argumenta ter sentimentos sinceros com relação a Vialle. “Lembro de ter explicado a ela que, como muitos diretores da Nouvelle Vague, gostava de filmar com a mulher por quem estava apaixonado. Posso ter tentado beijá-la, não me lembro, mas ela certamente me rejeitou, pois foi justamente naquele almoço que percebi que ela não estava nada atraída por mim”, disse. O cineasta ainda pediu desculpas a atriz: “Se magoei Marie Vialle, por quem tenho muito respeito, sinto muito”.

Uma quinta atriz, em depoimento anônimo, lembra que Garrel tentou beijá-la em conversa sobre um projeto em 2013. Ela, no entanto, fala que não tomou a atitude como ofensa e que o diretor aceitou facilmente sua recusa, e ainda a convidou para o projeto.

As acusações surgem em um momento em que o movimento #MeToo ganha ressonância na França. Recentemente, o ator Gérard Depardieu foi acusado de assédio e agressão sexual por 13 mulheres.

Pai do ator Louis Garrel e da atriz Esther Garrel, Philippe tem prêmios nos festivais de Cannes, Veneza e Berlim. Ele é conhecido pelos trabalhos em "A criança secreta" (1983), "Amantes constantes" (2005) e "À sombra de duas mulheres" (2015).

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