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Por — Rio de Janeiro

Cria dos palcos britânicos, Kenneth Branagh teve sua fase William Shakespeare, na qual dirigiu e estrelou adaptações de “Henrique V” (1989) e “Hamlet” (1996), entre outras, além de ter atuado em filmes como “Macbeth” (2013). Também protagonizou numerosas montagens de Shakespeare nos palcos. Nos últimos anos, vem se dedicando à obra de outro importante ícone da dramaturgia no Reino Unido: Agatha Christie (1890-1976).

Em 2017, Branagh iniciou sua fase “agathachristiana” com “Assassinato no Expresso do Oriente”, do qual foi diretor, produtor e protagonista. Na pele do detetive belga Hercule Poirot, o mais famoso dos personagens da autora, atuou ao lado de Penélope Cruz, Johnny Depp, Judi Dench, Willem Dafoe e Michelle Pfeiffer. No ano passado, voltou ao papel em “Morte no Nilo”, mais uma vez na companhia de grande elenco (Gal Gadot, Armie Hammer, Annette Bening e Letitia Wright). Agora, retorna para uma terceira adaptação de Christie. “A noite das bruxas” chegou ontem aos cinemas contando uma história de um baile de máscaras que se transforma na investigação de um assassinato na Veneza pós-Segunda Guerra.

Na companhia de Michelle Yeoh, Jamie Dornan, Tina Fey e Kelly Reilly, Branagh entrega um Poirot aposentado e sem o desejo de investigar novos crimes. Mas as circunstâncias acabam fazendo com que mude de ideia.

— “A noite das bruxas” é diferente de tudo o que fizemos com a obra de Agatha Christie, com elementos de terror e suspense. “Assassinato no Expresso do Oriente” e “Morte no Nilo” eram adaptações tradicionais da obra. O novo filme pega o livro como inspiração e leva a história para Veneza, o que achei fascinante — destaca o produtor executivo James Prichard, bisneto de Agatha Christie, em entrevista ao GLOBO. — Em seu coração, ainda é um mistério de assassinato, mas com tom bem diferente do que já fizemos.

CEO da Agatha Christie Limited, Prichard é hoje a pessoa responsável por resguardar a obra da escritora, função que herdou do pai, Mathew Prichard. Ele conviveu brevemente com a bisavó em sua infância.

James Prichard, bisneto de Agatha Christie — Foto: Reprodução
James Prichard, bisneto de Agatha Christie — Foto: Reprodução

— Tinha de 5 para 6 anos quando ela morreu, então não posso dizer que tive conversas intelectuais com ela, mas tenho memórias dela. Era um jovem garoto, provavelmente irritante. Lembro de minha mãe tentando me fazer ficar quieto e parar de correr na casa da minha bisavó — conta o produtor. — Bizarramente, tenho uma visão clara do dia em que ela morreu. Lembro de voltar da escola e ouvir sobre a morte dela no jornal das seis aqui na Inglaterra. Lembro de, mesmo naquela situação, pensar que não era normal para qualquer criança ficar saber da morte de sua bisavó pela televisão.

Prichard celebra o fato de a obra da bisavó ainda despertar bastante o interesse de realizadores, no cinema, na TV e nos palcos. Com mais de quatro bilhões de exemplares vendidos, a chamada “Rainha do Crime” é uma das mais bem-sucedidas autoras da história. Publicou 80 livros, sendo 66 romances e 14 coletâneas de contos, sendo traduzida em mais de cem idiomas.

Obra até em games

Cento e três anos após a publicação do primeiro livro da autora, “O misterioso caso de Styles”, sua obra continua despertando interesse para adaptações. Além de “A noite das bruxas”, no momento está sendo desenvolvida uma versão para a TV britânica do livro “É fácil matar”, que terá direção de Meenu Gaur e contará com Penelope Wilton e David Jonsson. Já “O mistério de Sittaford” vem sendo adaptado no formato de série por uma produtora indiana. Nos palcos do Reino Unido, houve montagens recentes de obras como “Testemunha de acusação”, “O assassinato de Roger Ackroyd” e “A maldição do espelho”, entre outras. O trabalho da escritora foi parar até nos games com o lançamento de “Agatha Christie — Hercule Poirot: the first cases”.

— Acho que, desde que ela se foi, nunca tivemos tanto interesse quanto agora. Não sei bem o motivo, mas sei que estamos vivendo um momento extraordinário de muito interesse sobre sua obra. Penso que ela foi um talento extraordinário e gosto de ver uma espécie de respeito renovado sobre seu trabalho — comemora o bisneto. — O próprio fato de alguém como Kenneth Branagh querer fazer estes filmes é um testemunho disso. O que me deixa mais orgulhoso é que o trabalho da minha bisavó tem sido tratado mais seriamente do que em qualquer momento da minha vida.

Outra coisa que deixa Prichard feliz é saber que a bisavó teve a sorte de não precisar lidar com mídias sociais e estes dias em que as pessoas não separam as vidas pessoais das profissionais:

— Acredito firmemente que existem duas Agatha Christie. Temos a autora, o ícone da qual falamos até hoje, e temos “nema” (“vovó”, em tradução livre), uma mulher muito privada e tímida. Meu pai dizia que ela era a melhor ouvinte que ele conheceu. Era uma mulher de família e gostava, antes de tudo, de ficar em casa cercada por amigos e familiares.

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