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Por , Em The New York Times

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GERADO EM: 02/08/2024 - 10:45

Burt Young: legado de um durão do cinema

Burt Young, conhecido por interpretar Paulie em "Rocky", faleceu aos 83 anos. Com mais de 160 créditos no cinema, foi elogiado por sua complexidade em papéis de durão. Sua carreira inclui colaborações com Sam Peckinpah e destaque em "Rocky", o qual lhe rendeu uma indicação ao Oscar. Além de atuar, teve uma carreira no boxe, estudou com Lee Strasberg e se destacou no teatro. Deixa um legado artístico diversificado e marcante.

Burt Young, ator que construiu uma carreira prolífica como sujeito durão de Hollywood em filmes como “Chinatown”, “Era uma vez na América” e “Rocky”, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar, morreu aos 83 anos, em Los Angeles. A morte aconteceu em 8 de outubro, mas só foi confirmada por sua filha, Anne Morea Steingieser, nesta semana.

Com seu físico de buldogue e semblante triste, Young acumulou mais de 160 créditos em filmes e televisão. Ele frequentemente interpretava um chefe da máfia, detetive esperto ou trabalhador durão. Mas mesmo quando interpretou um vilão, ele não era apenas mau. Apesar de sua formação como fuzileiro naval e boxeador profissional, trazia camadas de complexidade aos papéis. O professor de atuação Lee Strasberg, que já o treinou, chamou Young de “biblioteca de emoções”.

Com sua abordagem direta, encontrou uma alma gêmea em outro cara durão de Hollywood – o cineasta Sam Peckinpah, que o dirigiu em “The Killer Elite” (1975), estrelado por James Caan, e “Convoy” (1978), estrelado por Kris Kristofferson. e Ali MacGraw.

— Ambos eram rebeldes e foras-da-lei, com um profundo respeito pela arte — disse sua filha em entrevista por telefone. — Eles se entendiam por causa da intensidade e da honestidade que Peckinpah exigia. Ele não tolerava a falta de autenticidade.

'Sr. Young, sou Sylvester Stallone'

Sylvester Stallone e Burt Young na estreia de 'Rocky' na Broadway, no Winter Garden Theatre, em 13 de março de 2014 — Foto: Andrew H. Walker / AFP
Sylvester Stallone e Burt Young na estreia de 'Rocky' na Broadway, no Winter Garden Theatre, em 13 de março de 2014 — Foto: Andrew H. Walker / AFP

No início da década de 1970, Young fez aparições memoráveis em programas de televisão como “M*A*S*H” e em filmes, incluindo a comédia “Quase, quase uma máfia” (1971) e “Licença para amar até a meia-noite” (1973), um drama sobre um marinheiro (James Caan) que se apaixona por uma prostituta (Marsha Mason).

Mostrou que podia roubar a cena com uma aparição breve, mas poderosa, em “Chinatown” (1974), a obra-prima neo-noir de Roman Polanski. Mas seu grande papel veio dois anos depois, com “Rocky”, a história do boxeador (Sylvester Stallone) que tem uma luta improvável com o campeão dos pesos pesados, Apollo Creed (Carl Weathers). Young interpretou Paulie, um açougueiro amigo de Rocky e irmão de Adrian (Talia Shire), a mulher introvertida que se torna namorada de Rocky.

Embora “Rocky” tenha levado Stallone, que também escreveu o roteiro, ao estrelato, Young costumava dizer que ele era o maior nome de Hollywood antes do projeto começar. “Eu fui o único ator que não fez o teste no primeiro ‘Rocky’”, disse ele em uma entrevista de 2017 ao The Rumpus, um site de cultura. “E recebi o maior salário.”

Burt Young com Jack Nicholson em 'Chinatown' (1974) — Foto: Reprodução
Burt Young com Jack Nicholson em 'Chinatown' (1974) — Foto: Reprodução

Young relembrou seu primeiro encontro com Stallone, em um estúdio. “Ele se ajoelha ao meu lado”, lembra. “E diz: ‘Sr. Young, sou Sylvester Stallone. Eu escrevi Rocky'. Você tem que participar, por favor”.

“Rocky” se tornou um marco na década de 1970. Recebeu 10 indicações ao Oscar, incluindo uma para Young de melhor ator coadjuvante, e levou três estatuetas, inclusive de melhor filme.

Colégios, fuzileiros, boxe e Strasberg

Burt Young adotou esse nome como ator e as fontes divergem quanto ao seu nome de nascimento. Ele nasceu em 30 de abril de 1940, no Queens, Nova York. Seu pai era um operário e, eventualmente, professor e reitor de uma escola secundária.

Crescendo em um bairro da classe trabalhadora no Queens, Young sentiu o gosto das ruas desde cedo. “Meu pai, tentando me tornar um garoto mais gentil, me mandou para a Bryant High School em Astoria, longe dos meus amigos”, escreveu ele no prefácio de “Corona: The Early Years” (2015), de Jason D. Antos e Constantine E. Theodosiou. “Logo, porém, fui expulso e fui para a St. Ann’s Academy em Manhattan, sendo expulso após um período letivo. Finalmente, foram os fuzileiros navais aos 16 anos, meu pai mentindo sobre minha idade para me colocar dentro.”

Ele começou no boxe no Corpo de Fuzileiros Navais e teve uma carreira profissional de sucesso, embora relativamente breve, sob o comando de Cus D'Amato, um treinador e gerente de boxe que liderou as carreiras de Floyd Patterson e Mike Tyson. Ele tinha um recorde de vitórias e derrotas de cerca de 17-1 – suas próprias contas variavam – quando saiu do ringue.

Com quase 20 anos, colocava tapetes e fazia outros biscates quando se apaixonou por uma mulher que trabalhava em um bar e que lhe disse que sonhava em estudar atuação com Strasberg. “Eu não sabia quem era Lee Strasberg”, disse ele à Bright Lights. “Achei que fosse uma menina.”

Young marcou um encontro dos dois com Strasberg, o pai do método de atuação, e acabou estudando com ele por dois anos. “Atuar tinha tudo o que eu procurava”, lembrou ele. “Na minha vida até então, usei a tensão para me manter em pé. O grande presente de Lee para mim foi o relaxamento.”

Young também teve uma longa carreira no teatro, incluindo um papel ao lado de Robert De Niro e Ralph Macchio em “Cuba and His Teddy Bear”, uma peça sobre um traficante de drogas e seu filho que estreou no Off-Broadway Public Theatre em Manhattan em 1986 e mais tarde mudou-se para a Broadway.

Young era um pintor ávido que vendia seu trabalho e cujos retratos sombrios mostravam a influência de Picasso e Matisse. “Não acho que você possa me colocar em uma garrafa como ator ou artista”, disse ele em uma entrevista em vídeo em 2016. “Talvez a atuação eu seja um pouco mais estruturado.”

Além de sua filha, Young deixa um irmão, Robert, e um neto. Sua esposa, Glória, morreu em 1974.

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