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Filmes de Natal são quase sempre sobre união familiar, conciliação das diferenças e consumismo. Ainda bem que Bruno Aleixo — o personagem de animação português mistura de Ewok com cachorro — existe e, do alto de sua ranzinzice, fez um filme de Natal. “O Natal de Bruno Aleixo”, portanto, é o oposto da exaltação desses sentimentos. É um filme-compêndio de traumas de Natal da infância à idade adulta, da competitividade, do afeto hipócrita e da agressividade passiva tão frequente quando familiares estão juntos. Tudo isso, naturalmente, vivido em chave de humor sardônico e boa dose de nonsense.

Às vésperas do Natal, Bruno Aleixo e seu amigo brucutu, o Homem do Bussaco, sofrem um acidente de carro. O acidente é leve, mas faz com que Bruno surpreendentemente fique em coma (“Está fingindo”, diz um amigo).

Dickens e frescor visual

O psicólogo Henrique, que acredita que o coma é psíquico e não físico, sugere que seus familiares e amigos visitem Bruno no hospital (ou liguem) e contem a ele histórias relativas ao feriado natalino. Isso dispara a estrutura do filme, com diferentes relatos do passado, além de um do futuro(!), que evocam a clássica estrutura do conto de Natal de Charles Dickens. A referência é evidente e também motivo de humor, mas também serve para outra coisa: por se tratarem de histórias fragmentadas, os diretores João Moreira e Pedro Santo optaram por tipos diversos de estilos de desenho por episódio, o que cria frescor e fornece um outro padrão visual em relação aos esquetes televisivos de Aleixo, um quase eterno talking heads (não que não sejam engraçados mesmo assim).

Parentes insuportáveis, só ganhar roupa de presente, perfídia infantil, brigas conjugais, bate-boca durante a ceia: esse é o inventário de Natal que faz com que Bruno Aleixo “prefira” ficar em coma a ter que repetir mais uma vez a tortura disfarçada de felicidade. Dado o tema do filme, seguimos esperando a virada edificante, ela parece chegar e… felizmente o filme consegue driblá-la. Ainda que guarde a mensagem de que os amigos são a melhor família, há um jeito muito particular (e engraçado) de quebrar aquele sentimento clichê de calorzinho no coração. O que importa ao espectador é que a família de amigos formada por um Ewok-cachorro, um busto de Napoleão, um médico invisível, um pé grande e uma criatura aquática continue mordaz infernizando cada um a vida do outro, de modo que tudo fique sempre insano e divertido. Que venham mais feriados para Bruno Aleixo exorcizar.

Diretor: João Moreira e Pedro Santo. Onde: Espaço Itaú de Cinema Botafogo, Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca, Reag Belas Artes e outros.

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