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Por — Rio de Janeiro

Afastado dos cinemas há sete anos, quando atuou em “Os Saltimbancos Trapalhões: rumo a Hollywood”, Renato Aragão está de volta à tela grande. O ator está no elenco de “Príncipe Lu e a lenda do dragão”, filme infantojuvenil estrelado pelo youtuber Luccas Neto que está em cartaz nos cinemas desde quinta-feira.

No longa-metragem, o eterno trapalhão interpreta o Mestre dos Mestres, personagem responsável por treinar o príncipe do título para enfrentar ameaças que cercam seu reino. O longa conta ainda com participações de Zezé Motta, Maurício Mattar, Cássio Scapin e Tadeu Mello — ator que trabalhou com Renato nos programas “A turma do Didi” (1998-2010) e “As aventuras do Didi” (2010-2013), ambos da TV Globo, e no filme “Didi, o cupido trapalhão” (2003).

Além de retornar às telas, este mês Renato também tem lançamento musical. Ele se juntou ao pagodeiro Ferrugem para compor “Amizade animal”, samba em que ambos homenageiam seus pets.

Com 89 anos recém-completados, o homem que faz o Brasil rir como Didi (e não se importa de ser confundido com seu personagem) falou com o GLOBO por e-mail. A seguir, ele recorda os tempos de Trapalhões (em suas redes, dedica as quintas-feiras a Dedé, Mussum e Zacarias), comenta a volta ao cinema e revela seus próximos planos. E avisa: não quer saber de aposentadoria.

O senhor retornou a um set de filmagem após vários anos. Estava com saudade?

Sim, eu estava realmente com muita saudade de estar em um set de filmagem. Foi muito bom sentir novamente o clima de gravações, é algo muito especial para mim.

E como foi o encontro com Luccas Neto, hoje um importante criador de conteúdo para crianças?

O Luccas é incrível, é um querido, muito profissional. O clima era alegre, agradável. Foi uma experiência muito boa. Esse encontro foi algo maravilhoso. Ele está cada dia mais dedicado às crianças, e as crianças o adoram. É um trabalho muito bonito o que ele tem feito.

Renato Aragão e Luccas Neto em "Príncipe Lu e a lenda do dragão" — Foto: Daniel Chiacos
Renato Aragão e Luccas Neto em "Príncipe Lu e a lenda do dragão" — Foto: Daniel Chiacos

O senhor completou 89 anos em 13 de janeiro. Pensa em aposentadoria ou quer continuar trabalhando?

Aposentadoria nunca esteve nos meus planos. Não dá pra parar. A gente só chega nessa idade trabalhando muito, com muita alegria. Esse trabalho voltado para a família, para as crianças, é algo a que sempre me dediquei. Pretendo continuar nessa aventura de vida.

Este ano completam-se cinco décadas da estreia, na extinta TV Tupi, da formação clássica dos Trapalhões: Didi, Dedé, Mussum e Zacarias. O que o senhor se lembra do primeiro encontro de vocês quatro?

Lembro de tudo. Quando nós quatro nos encontramos, foi acesso direto ao coração. Cada um com sua particularidade, cada um de uma região, de uma cultura, cada um representando um pedacinho do Brasil. Quando começamos a montar os esquetes, a gravar, logo percebi que seria um sucesso.

É recorrente ver postagens suas lembrando “Os Trapalhões” nas redes. O que o grupo significou para o senhor?

Estou sempre compartilhando fotos dos Trapalhões às quintas, que é o dia de TBT (sigla de “throwback Thursday”, algo como quinta-feira da nostalgia). É uma forma de matar a saudade que eu sinto dos meus amigos. Eu sei que “Os Trapalhões” marcaram a História, tenho a consciência de que fizemos muitas gerações se alegrarem e serem felizes. Sou e sempre serei eternamente grato pela oportunidade de compartilhar a minha vida com esses meus amigos trapalhões.

O filme do Mussum está lindo, é um marco. A vida e a história do Mussum foram muito bem apresentadas e representadas nesse filme, simplesmente lindo.

Gostaria de ver um filme sobre a sua trajetória?

Sim, esse projeto é algo que me anima. E por isso eu estarei junto, contando a minha história e a minha trajetória. E vai ser em breve.

Mussum e Zacarias se foram. Como é sua relação com Dedé Santana?

Minhas relação com o Dedé é maravilhosa. Sempre fomos amigos, ele é um companheiro de vida pra mim. Tudo o que compartilhamos e vivemos todos estes anos é muito mais que um casamento. Dedé pra mim é um irmão. Nós sempre convivemos e fomos muito felizes. E vai ser assim pra sempre. Nossos encontros são sempre muito divertidos e cheios de alegria. Estamos sempre planejando o futuro e pensando no que podemos fazer juntos, e também relembramos tudo o que já vivemos e fizemos.

Existe um rumor de que o senhor não gosta de ser chamado de Didi, que prefere Doutor Renato. É real essa história?

Muito bom você ter trazido essa questão, pois me dá a oportunidade de esclarecer uma história maldosa. Como é que eu não gostaria de ser chamado de Didi? Um personagem que eu criei, a quem eu dei vida, que desde meus primeiros textos é quem está presente... Como é possível que eu não goste? Quem inventou uma coisa dessas? É a tal da fake news, uma mentira deslavada que agora, com a internet, acaba se espalhando muito rápido. Nunca disse que gostaria de ser chamado de Doutor Renato. É mentira. Meu nome é Renato e eu adoro ser chamado de Didi. Sempre vou amar o Didi Mocó Sonrisépio Colesterol Novalgino Mufumbo. Somos tão intrinsecamente ligados que muitas vezes eu não sei onde começa o Didi e termina o Renato ou vice-versa.

Foram tantos filmes e programas para a TV ao longo de décadas. Tem algum trabalho que lembra com mais carinho?

Eu lembro de todos os meus trabalhos como se fossem meus filhos, não dá pra preferir um ou outro. Temos sempre que gostar de tudo o que se faz. Cinema, televisão, show, música, são filhos especiais e muito amados.

Falando em música, o senhor lançou recentemente uma canção com Ferrugem. Como surgiu essa parceria?

Essa música (“Amizade animal”) foi uma experiência também muito legal pra mim. Eu encontrei com o Ferrugem e ele me falou desse desejo de fazer algo para as crianças e para os animais. Ele tocou no meu ponto fraco: fazer algo para criança, para família, eu não consigo resistir, topei na hora. A proposta era para trazer muita alegria e demonstrar carinho. E está dando muito certo, as pessoas estão recebendo muito bem.

Renato Aragão e Ferrugem lançam parceria musical — Foto: Reprodução / Instagram
Renato Aragão e Ferrugem lançam parceria musical — Foto: Reprodução / Instagram

Música e animais é um encontro que remete a “Os Saltimbancos Trapalhões”. O que esse trabalho significa para você?

“Os Saltimbancos Trapalhões” é um clássico, tão especial que eu já fiz duas vezes no cinema e também como musical no teatro. É algo que envolve o circo, os animais, crianças e família; tudo a que sempre me dediquei e luto pela preservação. A minha relação com música está no sangue, música é vida, faz a gente estar vivo, com muita alegria sempre.

O senhor acha que, se “Os Trapalhões” começassem hoje, seria possível fazer o mesmo tipo de humor que faziam?

“Os Trapalhões” são eternos. É uma marca de alegria que nós deixamos na História. São tantas as pessoas que puderam viver essa época feliz. É isso que eu posso dizer. Há muitas formas de expressar o humor. Naquela época, o humor dos Trapalhões marcou a vida de muitas pessoas. Acredito que tudo tem a sua época e o seu tempo.

O senhor está presente no Instagram, onde tem mais de 5 milhões de seguidores. Como vê esse uso das redes sociais?

As redes sociais nos aproximam do nosso público ainda mais, num contato direto com todos. Eu gosto muito, mostro a minha vida, como eu faço as minhas coisas. Recebo um carinho muito grande e direto dos meus fãs. Respeito a opinião de todo mundo, mas eu escolho apresentar a minha alegria, apresentar a forma que eu vivo hoje a todos os meus fãs, a quem sou eternamente grato.

Pode falar um pouco sobre seus próximos projetos?

O que tenho a falar é que vem muita coisa boa por aí. Tenho um musical, “O adorável trapalhão”, previsto para o primeiro semestre de 2024. E tem também o projeto de uma exposição que vai contar a minha trajetória desde que eu vim do Ceará para o Rio de Janeiro, mostrando os trabalhos na televisão, cinema, shows. Essa exposição está prevista para ser levada a todo o Brasil. Queremos contribuir, dessa forma, para a memória da cultura nacional.

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