Apresentado durante o Festival de Berlim, o estudo "Re-Framing the Picture" (reenquadrando a imagem, na tradução livre) analisou o progresso das indústrias audiovisuais de alguns países com relação à paridade de gênero em sets de filmagens.
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O estudo analisou 12 mil filmes feitos entre 2005 e 2020, em 34 países, mas apresentou resultados referentes apenas ao Reino Unido, à Alemanha e ao Canadá. De acordo com o levantamento, as políticas de inclusão e diversidade aumentaram a presença feminina em sets em boa parte do mundo. Mas ainda há um caminha significativo a percorrer até que as mulheres sejam 50% das profissionais nos sets de gravações.
Segundo o estudo, 78% de todas as funções criativas em um set são assumidas por homens no Reino Unido. Na Alemanha, o número é de 74%, enquanto que no Canadá é de 77%.
No atual ritmo de progressão, o Reino Unido precisa de 61 anos para que mulheres e homens dividam 50% das funções num set. A expectativa é que a paridade acontece em 2085. Situação melhor vive a Alemanha, que pode atingir a equidade em 2041, ou seja, daqui a 17 anos.
O pior cenário foi encontrado no Canadá. De acordo com a publicação, as mulheres só devem ocupar 50% das funções em um set daqui a 189 anos, em 2215.
"A indústria cinematográfica não precisa apenas de mais mulheres, mas de mulheres nas posições certas", disse a professora Deb Verhoeven, da Universidade de Alberta, na apresentação do estudo. “Os ganhos modestos obtidos pelas mulheres e pelas minorias de género não vieram à custa dos homens, mas surgiram como resultado de uma expansão da indústria e não de um deslocamento dos homens”.