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Por — Rio de Janeiro

O drama “Todos nós desconhecidos” chega hoje aos cinemas após uma bem-sucedida passagem pelo circuito de festivais internacionais de 2023, quando foi exibido em eventos em Telluride (nos EUA), Nova York e Londres antes do Festival do Rio, em outubro, quando teve sessões esgotadas. O interesse pelo filme dirigido por Andrew Haigh nasceu do burburinho acerca de tórridas cenas de sexo entre os protagonistas Andrew Scott e Paul Mescal, dois dos grandes nomes do audiovisual nos últimos anos. O primeiro fez sucesso como o “padre gato” de “Fleabag”, enquanto o segundo surgiu para a fama em “Normal people” e continuou conquistando corações com “Aftersun”.

O novo filme acompanha Adam (Scott), um roteirista na casa dos 40 anos que mora em um edifício quase abandonado nos arredores de Londres. Ele tem como vizinho Harry (Mescal), figura misteriosa que acaba entrando em sua vida de forma arrebatadora.

— A internet ficou muito animada com a ideia de Paul e Andrew juntos. Muito se falou sobre isso. Não entro muito nessa conversa, mas tem sido maravilhoso para o filme — diz Andrew Haigh, de 50 anos.

Além do encontro entre os dois protagonistas, muito tem se falado sobre as cenas de sexo da produção. O sexo, por sinal, está presente em boa parte da filmografia de Haigh, com destaque para o drama “Fim de semana” (2011) e a série “Looking” (2014-2015).

— As pessoas ainda têm uma reação estranha ao sexo nos filmes. Estou contando a história de duas pessoas se apaixonando, não faz sentido não incluir o sexo nisso, porque faz parte de como crescemos na intimidade com o outro — reforça o cineasta. — Fazer cenas de sexo pode ser um pouco estranho, um pouco constrangedor, mas não é muito diferente de qualquer outra cena. São dois atores interpretando dois personagens.

Além da nova relação, Adam, que tenta romper um bloqueio criativo, passa a visitar sua casa de infância, onde reencontra os pais vivendo lá — como se não tivessem morrido 30 anos antes.

Reencontrar o passado

O encontro do roteirista com seu passado foi o que interessou o diretor no romance que inspirou livremente o filme: “Estranhos” (1987), de Taichi Yamada.

— Me interessou muito a ideia de que um reencontro com o passado possa permitir com que a pessoa siga em frente. Foi experimentando o passado que Adam pôde sair de sua concha solitária e, digamos, seguir em frente na vida dele — conta Haigh, que filmou parte do longa em sua casa de infância. — Foi uma experiência estranha. Foi emocionante e mágica, mas também um pouco assustadora.

Andrew Haigh e Andrew Scott nos bastidores de "Todos nós desconhecidos" — Foto: Divulgação / Chris Harris
Andrew Haigh e Andrew Scott nos bastidores de "Todos nós desconhecidos" — Foto: Divulgação / Chris Harris

Além de Scott e Mescal, o diretor conta com Jamie Bell e Claire Foy em seu elenco principal. Haigh diz ter tido a sorte de escalar Mescal antes do sucesso com “Aftersun”, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar.

O diretor diz que a coisa mais difícil do filme foi mesclar vários gêneros em uma só história, que conta com momentos de drama, romance, suspense psicológico e até thriller sobrenatural, nos momentos de encontro entre Adam e seus pais. Ele lembra que encontrar o tom desejado foi um desafio, mas comemora o resultado. O longa recebeu seis indicações ao Bafta, incluindo as categorias filme britânico, direção, ator coadjuvante (Mescal) e atriz coadjuvante (Foy), além de uma indicação ao Globo de Ouro de melhor ator em drama (Scott).

Histórias LGBTQIA+ reais

Na maioria de seus projetos, Haigh conta histórias de amores trágicos ou mal-sucedidos.

— Não sou fã da crença de que todos os filmes devem ser otimistas ou alegres. A vida não é assim. Eu não gosto de finais felizes. Gosto de finais complicados, que possam ser tristes, mas esperançosos — diz o britânico. — Quero analisar as partes complicadas da vida.

Andrew Scott e Paul Mescal em cena de "Todos nós desconhecidos" — Foto: Divulgação
Andrew Scott e Paul Mescal em cena de "Todos nós desconhecidos" — Foto: Divulgação

Enquanto há os que discutem a frequência de destinos trágicos entre personagens LGBTQIA+ no audiovisual, o diretor reitera que, para ele, é interessante fugir de finais felizes.

— Não acho que faça sentido contar histórias queers que tenham apenas finais felizes — pondera.

O cineasta diz ter interesses em histórias sempre muito pessoais, mesmo adaptando obras de terceiros. Para isso, busca inserir elementos que sejam muito próprios. Além da casa de seus pais, Haigh trouxe para a trama a experiência como um escritor que sabe como às vezes é difícil avançar em um trabalho. Ele também insere na narrativa sua experiência como homem gay.

— Tento contar histórias da maneira que as entendo. Quero contar histórias LGBTQIA+ que pareçam autênticas e reais, porque faço parte dessa comunidade. A representação é importante — afirma.

O diretor conta que já está trabalhando em algumas novas ideias para o cinema, mas diz que ainda não tem um novo filme que possa anunciar. E celebra o fato de ter uma carreira consolidada de 12 anos como realizador.

— Nunca pensei que faria filmes, ainda trato como uma espécie de milagre.

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