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Por — Orlando, EUA

Para gravar uma única cena de “Dois é demais em Orlando”, comédia passada em parques temáticos na Flórida e que chega nesta quinta (28) aos cinemas brasileiros, Eduardo Sterblitch precisou andar quatro vezes, quase seguidas, na Jurassic World Velocicoaster, a montanha-russa mais rápida da cidade. Parte importante da trama, o brinquedo — que chega a 47 metros de altura e 112km/h de velocidade máxima — funciona também como metáfora para a própria carreira do ator. Não faltam mudanças radicais de direção, loopings inesperados e acelerações em pontos de aparente calma nos trilhos por onde Sterblitch tem andado por quase duas décadas.

— Sempre tive a ideia da vida como uma montanha-russa, ou um gráfico cardíaco, de altos e baixos, mas acho que mudei minha visão para a de uma rampa para cima, em que a gente evolui sempre — explicou Sterblitch ao GLOBO durante evento de lançamento oficial do oitavo filme de sua carreira, em frente à entrada para os parques do Universal Orlando Resort, na Flórida.

Conhecido do público desde seu começo escrachado no grupo de comédia Deznecessários e no programa “Pânico na TV!”, Sterblitch tem se reinventado. Nos últimos anos, colecionou elogios tanto pelo papel do miliciano Sérgio da série “Os outros”, do Globoplay, quanto pelo fantasma nonsense protagonista da superprodução “Beetlejuice, o musical”, atualmente em cartaz no Teatro Liberdade, no Centro de São Paulo. E, ainda em 2024, voltará aos cinemas como os vilões de duas aguardadas produções, “Grande Sertão” e “O auto da Compadecida 2”, ambas dirigidos por Guel Arraes.

— São dois vilões diferentes. O de “Grande Sertão” é o Diabo, mas numa representação meio operística dele. O outro tem mais humor, mas funciona como o vilão da história — contou. — Quero sempre poder fazer bons personagens, que possam se aproximar de pessoas que existem, provocar e, de alguma forma, surpreender.

Dupla dinâmica

O personagem da vez é João, um adulto que se recusa a crescer e que está prestes a realizar o sonho de conhecer os parques temáticos de Orlando. Seus planos começam a mudar quando, na véspera da viagem, sua chefe, Clara (Luana Martau), pede que leve junto o filho dela, Carlos Alberto, o Cacá, para que o menino possa se encontrar com o pai, que mora na cidade americana. Interpretado por Pedro Burgarelli, Cacá é um menino maduro demais para seus 11 anos. É a partir deste contraste de personalidades que a história se desenrola.

O entrosamento entre Sterblitch e seu colega de cena, hoje com 14 anos, foi construído durante os quase 40 dias que passaram juntos em Orlando, entre outubro e novembro de 2022. Dividindo boa parte das cenas na telona, os dois passavam também muito tempo juntos, dentro e fora do set de filmagens.

— A rotina de gravação era bastante pesada. A gente acordava de madrugada, almoçava de manhã e dormia à tarde. Mas ainda assim foi tudo muito divertido, foi também minha primeira vez nos parques temáticos — contou Pedro, que já tem no currículo participação em novelas, séries e dublagens, e no momento ensaia para o musical “A noviça rebelde”, que estreia em 19 de abril, no Teatro Riachuelo, no Centro do Rio.

Pedro Burgarelli e Eduardo Sterblitch: parceria que deu resultado em 'Dois é demais em Orlando' — Foto: Divulgação
Pedro Burgarelli e Eduardo Sterblitch: parceria que deu resultado em 'Dois é demais em Orlando' — Foto: Divulgação

A química era tão grande entre os dois que confundia até mesmo os colegas de produção, segundo o diretor Rodrigo Van Der Put:

— Havia momentos em que às vezes nem eu sabia se eles estavam no personagem ou não.

Com histórico na comédia, seja com “Juntos e misturados” (2022) ou com alguns especiais de Natal do Porta dos Fundos, Van Der Put classifica “Dois é demais em Orlando” como um “filme de ‘Sessão da Tarde’”.

— Após tantos filmes polêmicos, queria fazer um a que meu filho de 12 anos pudesse assistir. E gravar num parque onde o cinema é a temática principal foi ainda mais inspirador — contou o diretor, que aposta na força do gênero no mercado nacional.

Sem Harry Potter

Parte do elenco de 'Dois é demais em Orlando': Eduardo Sterblitch, Pedro Burgarelli, Luana Martau, Estevam Nabote e Polly Marinho — Foto: Divulgação
Parte do elenco de 'Dois é demais em Orlando': Eduardo Sterblitch, Pedro Burgarelli, Luana Martau, Estevam Nabote e Polly Marinho — Foto: Divulgação

Escrito por Daniela Ocampo e Luiza Yabrudi, o filme teve a produção da MPC Filmes, coprodução de Globo Filmes, Telecine e Universal Pictures, e distribuição da H2O Films. No elenco, nomes conhecidos do grande público, como Anderson Di Rizzi (Ricardo, o pai de Cacá), Polly Marinho (Maristela), Estevam Nabote (Nelsinho) e Daniel Furlan, que dá vida ao excêntrico antagonista da trama, Dr. Anderson Cabelo.

Com exceção de Polly e Nabote, que interpretam colegas de João na produtora de vídeos para a internet de Clara, os demais atores participaram das gravações no Universal Orlando Resort, um complexo que reúne os parques temáticos Universal Studios Florida e Islands of Adventure e o parque aquático Volcano Bay. Os três, além do hotel Cabana Bay, também parte do complexo, abrigaram mais de 80% das cenas do filme.

As gravações, claro, foram cercadas de desafios de todos os tipos, dos mais práticos aos mais burocráticos. A autorização de uso de imagem das propriedades intelectuais existentes nos parques foi um deles. Para cada marca era preciso uma liberação específica, e muitas não foram concedidas, como a do universo de Harry Potter. Esta negativa, aliás, fez com que o roteiro original precisasse ser reescrito. Na primeira versão, a obsessão de João seria o bruxinho criado por J.K. Rowlling, e não a velociraptor Blue, da franquia “Jurassic World”.

— Diversas vezes tivemos que interromper as filmagens porque aparecia alguém usando chapéu ou capa de Harry Potter no fundo — relatou a produtora Luciana Boal Marinho, da MPC.

Para conseguir filmar dentro dos brinquedos e restaurantes do parque, a equipe chegava ao local às 2h. Já as cenas das áreas externas, que precisavam mostrar público, eram rodadas nas primeiras horas de funcionamento do parque. A tal cena da montanha-russa, por exemplo, levou quatro horas para ser concluída, por causa da instalação das câmeras nos carrinhos. Uma curiosidade é que nem Sterblitch nem Pedro haviam andado no brinquedo antes, para que as primeiras impressões mais genuínas pudessem ser captadas pela câmera. Afinal, se a vida é uma montanha-russa, há sempre que se deixar espaço para a surpresa.

Eduardo Maia viajou a convite de Universal Orlando Resort, MPC Filmes e H2O Films

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