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Primeiras imagens do filme 'Hebe', sobre a vida e carreira da apresentadora, são divulgadas

Trailer é exibido na casa onde ela morou, no Morumbi, em São Paulo; longa estreia no dia 15 de agosto, com Andréa Beltrão no papel da personagem-título
'Hebe' traz Andréa Beltrão no papel da cantora e apresentadora, que morreu em 2012, aos 83 anos Foto: ROGERIO CASSIMIRO / Agência O Globo
'Hebe' traz Andréa Beltrão no papel da cantora e apresentadora, que morreu em 2012, aos 83 anos Foto: ROGERIO CASSIMIRO / Agência O Globo

SÃO PAULO - A sala da última casa onde morou Hebe Camargo, no bairro do Morumbi, em São Paulo, foi palco do lançamento do primeiro trailer de "Hebe", longa sobre a cantora e apresentadora de TV que faria 90 anos nesta sexta-feira. Claudio Pessutti, sobrinho de Hebe e um dos produtores do filme, mora no local com a mulher e disse que tudo ficou "como ela tinha deixado". Também participaram do evento a roteirista e produtora do filme, Carolina Kotscho, o diretor Maurício Farias e a atriz Andrea Beltrão, que interpreta a personagem-título. A estreia nos cinemas acontece em 15 de agosto.

No trailer, pode-se vislumbrar um pouco do que será o longa sobre Hebe, que morreu em 2012, aos 83 anos, após complicações decorrentes de um câncer. Está lá o momento em que Hebe apresenta Roberta Close pelo nome de batismo, a ousadia de Dercy Gonçalves ao mostrar os seios ao vivo e até um de seus primeiros e famosos selinhos, com o "Rei" Roberto Carlos.

'Hebe', de Maurício Farias, é inspirado na história da cantora e apresentadora Hebe Camargo, com Andréa Beltrão no papel-título. O filme se passa nos anos 80 e traz como pano de fundo um retrato dos costumes, da cultura e da política do Brasil pelo olhar dela.
'Hebe', de Maurício Farias, é inspirado na história da cantora e apresentadora Hebe Camargo, com Andréa Beltrão no papel-título. O filme se passa nos anos 80 e traz como pano de fundo um retrato dos costumes, da cultura e da política do Brasil pelo olhar dela.

Ambientado no fim dos anos 1980, "Hebe" mostra o momento em que, segundo Carolina Kotscho,  a apresentadora deixa de ser uma propagandista de celebridades para "ganhar voz":

— Por isso, esse filme é muito atual. Tem uma cena muito importante que pode ser vista aqui, quando ela faz um discurso diante da câmera, que faz parte de uma fala muito maior. Termina com: "Eu não sou de direita, eu não sou de esquerda; eu sou direta!". Eu acho que é essa a falta que ela faz, porque dava voz para todos os lados — diz a roteirista.

Carolina Kotscho, Maurício Farias, Andréa Beltrão e Claudio Pessutti na sala da casa de Hebe Camargo Foto: Nicolas Calligaro / Divulgação
Carolina Kotscho, Maurício Farias, Andréa Beltrão e Claudio Pessutti na sala da casa de Hebe Camargo Foto: Nicolas Calligaro / Divulgação

Na pele de Andréa Beltrão, a Hebe do filme ostenta o loiro platinado, os vestidos extravagantes e as jóias exuberantes que a apresentadora costumava usar. A atriz conta que usou as vestimentas reais da personagem, e também os sapatos dela — ambas calçam o mesmo número. Foram utilizadas ainda as jóias verdadeiras, que eram contrabandeadas diariamente até o set por Carolina, já que nenhuma empresa quis assumir o risco de fazer um seguro para elas.

— Não usamos nada de prótese — diz Andréa. — Mas eu estudei os gestos, o sotaque dela. Fiquei dois anos assistindo vídeos dela no YouTube. Não acredito nessa coisa de incorporação, embora ache ótimo quem faz isso bem. O maior desafio, no entanto, foi equilibrar na minha interpretação essas duas pessoas, ela e eu.

Para o diretor do filme, Maurício Farias, trata-se de um recorte da vida de Hebe que jamais será superado pela realidade do que ela foi:

— Acho que tem um lado muito interessante que é o que ninguém viu, dos bastidores e da vida pessoal. Temos essa vantagem de ter um olhar de um outro ponto de vista — diz Farias, que ainda trabalha na finalização do longa. O diretor diz que foi filmado material para a série, outro projeto para a Rede Globo, que está previsto para estrear apenas em 2020.