Cultura Flip

Flip 2020: saiba como acompanhar a edição virtual da Festa Literária de Paraty

Evento será transmitido ao vivo de forma gratuita e on-line
Paraty na edição de 2019 da festa literária Foto: Leo Martins / Agência O Globo
Paraty na edição de 2019 da festa literária Foto: Leo Martins / Agência O Globo

SÃO PAULO — A primeira edição 100% digital da Festa Literária de Paraty (Flip) começa nesta quinta-feira, com a mesa de abertura protagonizada pela vencedora do Booker Prize Bernardine Evaristo , seguida por uma ciranda com músicos paratienses. Todas as 12 mesas do evento, que continua até domingo, serão gratuitas e transmitidas ao vivo no site , no Facebook e no canal da Flip no YouTube.

Dos 22 convidados, 11 são negros, um é indígena (a poeta Márcia Kambeba), e três são transexuais: (o poeta americano Danez Smith, o filósofo espanhol Paul B. Preciado e a artista visual potiguar Jota Mombaça).

No dia 5, às 20h30, Preciado conversa com o compositor Caetano Veloso na mesa “Transições”. Smith e Mombaça participam da mesa “Vocigrafias insurgentes”, no dia 6, às 18h. Kambeba conversa com o americano Jonathan Safran Foer no dia 4, às 16h.

As discussões raciais devem aparecer em mesas como “Diáspora” (3/12, às 18), com Bernardine Evaristo e Stephanie Borges (tradutora especializada em autoras negras); “Ancestralidades” (5/12, às 18h), com o nigeriano Chigozie Obioma e o baiano Itamar Vieira Junior , ambos autores de romances que resgatam tradições religiosas africanas; e “Batidas”, com a americana Regina Porter e o carioca-gaúcho Jeferson Tenório .

Outros destaques são a mesa “Eileen para presidente!” (4/12, às 18h), conversa da poeta americana Eileen Myles com as poetas e tradutoras brasileiras Bruna Beber e Mariana Ruggieri; e a aula da antropóloga Lilia Moritz Schwarcz sobre o autoritarismo brasileiro (5/12, ás 16h).

Abaixo, veja a descrição de cada mesa, retirada do site oficial do evento.

3/12

Mesa 1: "Diásporas" (18h)

Com Bernardine Evaristo e Stephanie Borges

"Com seu romance 'Garota, mulher, outras', Bernardine Evaristo venceu a última edição do Booker Prize, tornando-se a primeira autora negra a receber a premiação. O livro retrata 12 personagens mulheres e não-binárias que juntas compõem um retrato histórico – indo das colônias britânicas do Caribe à África – e contemporâneo da população negra na Grã-Bretanha. Na mesa, ela conversa com a escritora Stephanie Borges."

Mesa 2: "Zé Kleber: Ciranda" (20h30)

Com Fernando e Marcello Alcantara

"Dois jovens paratienses, músicos cirandeiros e pesquisadores de sua própria história, dedicam-se a resgatar e colocar em evidência a cultura caiçara em suas mais diferentes formas."

4/12

Mesa 3: Florestas vivas (16h)

Com Jonathan Safran Foer , Márcia Kambeba

"De um lado, os impactos da ação humana sobre o clima; de outro, a importância da natureza para a educação indígena. Esses são os temas centrais dos últimos livros de um romancista norte-americano e de uma poeta da etnia kambeba, da Amazônia brasileira. É o meio-ambiente tratado a partir de perspectivas diferentes e complementares."

Mesa 4: "Eileen para presidente!" (18h)

Com Eileen Myles

"Nas palavras da escritora Deborah Levy, Eileen Myles é 'a peça perdida para quem só leu escritores homens da geração beat'. A mesa, um encontro de Eileen com suas tradutoras para o português, Bruna Beber e Mariana Ruggieri, recupera a trajetória de Myles, que é poeta, performer, romancista e jornalista."

Mesa 5: "Animais abatidos" (20h30)

Com Pilar Quintana e Ana Paula Maia

"Duas romancistas sul-americanas, uma colombiana e outra brasileira, que tratam de personagens vivendo em contextos ordinários, mas que acabam se defrontando com aspectos absurdos da vida. Há certo clima soturno e de terror psicológico nas narrativas, mas nada é sobrenatural e o efeito de estranhamento vem da própria realidade."

5/12

Mesa 6: "Sobre o autoritarismo brasileiro" (16h)

Com Lilia Moritz Schwarcz

"O imaginário da identidade do povo brasileiro é preenchido por ideias de tolerância, cordialidade, acolhimento, mas a história do país, repleta de autoritarismo político e social, diz outra coisa. A historiadora Lilia Schwarcz reflete sobre as raízes do autoritarismo brasileiro que faz com que o país seja mais excludente que inclusivo."

Mesa 7: "Ancestralidades" (18h)

Com Chiogizie Obioma e Itamar Vieira Junior

"De um lado, a presença marcante de entidades divinas interagindo com o destino dos humanos. De outro, a realidade do mundo material que se impõe com força e violência. Um romancista brasileiro e outro nigeriano tematizam a vida rural de personagens que vivem às voltas com religiosidades de matriz africana."

Mesa 8: "Transições" (20h30)

Com Caetano Veloso e Paul B. Preciado

"Nos arquivos da ditadura militar que justificaram o exílio de Caetano Veloso poucos dias após o AI-5, o artista é definido como “desvirilizante”. Já o escritor espanhol Paul B. Preciado, define-se hoje como “dissidente do sistema sexo-gênero”. Os dois, símbolos da quebra de paradigmas, encontram-se nessa mesa, que tem a liberdade como tema central. A participação do Paul B. Preciado teve apoio da Embaixada da França no Brasil."

6/12

Mesa 9: "Zé Kléber: Sarau" (14h)

Com Rodrigo Ciriaco e Elisa Pereira

"Nos últimos anos, os saraus artísticos se multiplicaram pelas periferias da cidade de São Paulo e ganharam a cena cultural do país. Nessa mesa, Elisa Pereira, idealizadora do Fuzuê Literário, sarau de Paraty, conversa com Rodrigo Ciríaco, escritor e educador que a inspirou a começar o movimento na cidade."

Mesa 10: "Batidas" (16h)

Com Regina Porter e Jeferson Tenório

"Duas famílias – uma branca e outra negra – vivendo na segunda metade do século 20 nos Estados Unidos. Um pai e professor de ensino básico assassinado em uma abordagem policial desastrosa no sul do Brasil. No pano de fundo dos dois romances: vida familiar, paternidade, racismo e desigualdade."

Mesa 11: "Vocigrafias insurgentes (18h)

Com Danez Smith e Jota Mombaça

"A poesia e a performance se unem para dar voz a temas contemporâneos como a descolonização das narrativas históricas, identidade de gênero, não-binarismo, racismo e diáspora africana. Artistas de dois países diferentes, Brasil e Estados Unidos, Jota Mombaça e Danez Smith tratam mais da história comum que compartilham do que das fronteiras que os separam."

Mesa 12: "Zé Kléber: Slam" (20h30)

Com Nathalia Leal e Luz Ribeiro

"As competições de slam estão em Paris, Nova York, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraty. Nesse encontro, Nathalia Leal, uma das idealizadoras do Slam de Quinta, que acontece toda quinta-feira na rodoviária de Paraty, conversa com Luz Ribeiro, primeira mulher a vencer o Slam BR – campeonato brasileiro de Slam."