Neste sábado (25), a mesa de abertura da Flip no Auditório da Matriz reuniu Gustavo Caboco, Marília Garcia e Maria Dolores Rodriguez. Intitulada "Alguém telegrafa para o mundo pedindo atenção" , a conversa tratou da importância da memória e do arquivo, especialmente para a população negra e indígena.
A primeira parte da mesa foi composta de uma leitura de poesias e seguiu para a mediadora questionando como o arquivo e a poesia podem se encontrar.
— Populações negras se reinventaram a partir de lugares que não seriam seus. E acho que a cultura e a arte são os lugares de habitação e os lugares que possibilitaram essa reinvenção do que seria ser negro ou negra no mundo. O arquivo está nesse lugar de reinvenção e a poesia talvez diga mais e produza mais complexidades para as experiências negras do que uma definição teórica — diz Maria Dolores.
Marília Garcia pensa um arquivo como a memória que olha para o futuro:
— É um jogo de olhar pra trás e recuperar elementos para jogar pra frente. O arquivo é para refazer o passado a partir do presente.
Gustavo Caboco, que é artista indígena, destacou a ausência do registro da história do povo indígena.
— Nossas avós são a nossa biblioteca. A nossa cultura se relaciona com contadores de historia.