Cultura

Greve de roteiristas completa um mês longe de um final feliz

WASHINGTON - A greve dos roteiristas de cinema e televisão dos Estados Unidos entrou em seu segundo mês com poucas esperanças de solução para a pior crise trabalhista de Hollywood em mais de duas décadas.

A greve de mais de 10.500 membros do Sindicato de Roteiristas Americanos paralisou a filmagem de diversas séries de televisão, além de filmes como a seqüência de "O código Da Vinci", "Anjos e demônios". Até Brad Pitt desistiu de filme por causa da greve. Russell Crowe anunciou na terça-feira que o substituirá em "State of play" ( leia mais ).

O cerne da disputa entre roteiristas e produtores é a renda que os autores querem receber pela venda das séries de televisão em DVD. A prática gera altas receitas para os estúdios de televisão. Outro tema é a transmissão das séries pela internet.

Após uma pausa de quatro dias, as negociações foram retomadas na terça-feira, em Los Angeles. Mas a possibilidade de uma solução pareceu desaparecer quando os dirigentes sindicais criticaram duramente uma proposta dos estúdios.

A Aliança de Produtores de Cinema e Televisão propôs na quinta-feira um novo contrato, oferecendo aos roteiristas mais de US$ 130 milhões num prazo de três anos. No entanto, o sindicato questinou o valor oferecido e afirmou que a soma total seria de apenas US$ 32 milhões.

- Não vemos como essa proposta chega ao número de US$ 130 milhões - disse John Bowman, presidente do comitê de negociações.

Segundo especialistas da indústria, o problema é a incerteza sobre o verdadeiro volume dos lucros.

Em uma conferência de investidores em Nova York, Leslie Monves, diretor-executivo da rede de televisão "CBS", disse que os estúdios desejam um acordo para repartir o bolo. Mas não sabem qual é o tamanho dele.