Um grupo formado por 120 figuras públicas do Reino Unido, denominado British Broadcasting Challenge, divulgou uma carta aberta em que são feitas duras críticas às reformas propostas pelo governo para o sistema público de TV e radiodifusão, incluindo a BBC. O texto leva a assinatura de nomes como os atores Hugh Grant e Michael Sheen, e do escritor e roteirista Neil Gaiman.
Globo de Ouro : integrante de associação ligada ao prêmio, Ana Maria Bahiana conta bastidores da crise
O movimento é uma reação às notícias que dão conta de que o governo pretende revisar as taxas de licença da BBC, enquanto ministros discutem a privatização de outros canais públicos.
Dirigido ao secretário de Cultura, Oliver Dowden, o documento apela para um debate transparente sobre o futuro das emissoras do serviço público, que também inclui, por exemplo, a ITV, Channel 4 e Channel 5. Os canais são descritos no texto como “ativos nacionais significativos”.
Oscar 2022 : premiação promete disputa mais acirrada com estreias adiadas pela pandemia
“Estamos preocupados que o governo esteja sendo assessorado por um painel não estabelecido sob as diretrizes do Gabinete de Ministros, reunindo-se em segredo, sem registro público de sua agenda”, diz um trecho da carta, que também é assinada pelo ator Steve Coogan e pela escritora Hilary Mantel.
Uma das críticas do grupo é dirigida à presença de nomes do setor privado no conselho que vem debatendo junto ao governo sobre as mudanças no sistema público de TV e radiodifusão. Um desses nomes seria o de Nicola Mendelsohn, executiva do Facebook.
Ancine : ex-assessor do PSL sem experiência no audiovisual pode assumir comanda da agência
“Temos uma visão diferente. Acreditamos que este é o momento – em uma era de desinformação e politização ‘bélica’ – para reforçar nossas grandes emissoras de serviço público britânico em vez de diminuí-las; para impedir ataques políticos e financeiros; para fornecer uma visão para o futuro que permita que nosso sistema público cresça como uma rede confiável e independente, digna do Reino Unido, de seus cidadãos e do mundo”, diz outra passagem da carta.
Um representante do Departamento de Cultura, Mídia e Esporte respondeu publicamente ao documento: “O conselho consultor atua de forma independente, enquanto o governo considera como oferecer um futuro bem-sucedido e sustentável para o serviço público de radiodifusão no Reino Unido”.