Cultura

Hugh Grant, Neil Gaiman e Michael Sheen assinam carta contra 'ataque' do governo britânico à BBC

Documento é uma reação do setor cultural do Reino Unido a medidas que enfraqueceriam o sistema público de TV e radiodifusão do país
Hugh Grant: ator assinou carta com duras críticas ao governo britânico por suposto desmonte do setor público de TV e radiodifusão Foto: Reuters
Hugh Grant: ator assinou carta com duras críticas ao governo britânico por suposto desmonte do setor público de TV e radiodifusão Foto: Reuters

Um grupo formado por 120 figuras públicas do Reino Unido, denominado British Broadcasting Challenge, divulgou uma carta aberta em que são feitas duras críticas às reformas propostas pelo governo para o sistema público de TV e radiodifusão, incluindo a BBC. O texto leva a assinatura de nomes como os atores Hugh Grant e Michael Sheen, e do escritor e roteirista Neil Gaiman.

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O movimento é uma reação às notícias que dão conta de que o governo pretende revisar as taxas de licença da BBC, enquanto ministros discutem a privatização de outros canais públicos.

Dirigido ao secretário de Cultura, Oliver Dowden, o documento apela para um debate transparente sobre o futuro das emissoras do serviço público, que também inclui, por exemplo, a ITV, Channel 4 e Channel 5. Os canais são descritos no texto como “ativos nacionais significativos”.

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“Estamos preocupados que o governo esteja sendo assessorado por um painel não estabelecido sob as diretrizes do Gabinete de Ministros, reunindo-se em segredo, sem registro público de sua agenda”, diz um trecho da carta, que também é assinada pelo ator Steve Coogan e pela escritora Hilary Mantel.

Uma das críticas do grupo é dirigida à presença de nomes do setor privado no conselho que vem debatendo junto ao governo sobre as mudanças no sistema público de TV e radiodifusão. Um desses nomes seria o de Nicola Mendelsohn, executiva do Facebook.

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“Temos uma visão diferente. Acreditamos que este é o momento – em uma era de desinformação e politização ‘bélica’ – para reforçar nossas grandes emissoras de serviço público britânico em vez de diminuí-las; para impedir ataques políticos e financeiros; para fornecer uma visão para o futuro que permita que nosso sistema público cresça como uma rede confiável e independente, digna do Reino Unido, de seus cidadãos e do mundo”, diz outra passagem da carta.

Um representante do Departamento de Cultura, Mídia e Esporte respondeu publicamente ao documento: “O conselho consultor atua de forma independente, enquanto o governo considera como oferecer um futuro bem-sucedido e sustentável para o serviço público de radiodifusão no Reino Unido”.