RIO - O filme "A febre" , da diretora Maya Da-Rin , ganhou este sábado o prêmio de melhor ator, para Regis Myrupu, em sua estreia mundial no 72º Festival de Locarno , na Suíça. Ele também foi escolhido melhor filme pela Federação Internacional de Críticos de Cinema e levou o Youth Prize do festival.
Primeira experiência de Regis nas telas, o longa foi considerado pelo site Cineuropa "uma extraordinária oportunidade de observar a riqueza e complexidade de uma cultura", enquanto o periódico italiano Cinque Quotidiano o aclamou como "um filme extraordinário".
"Estou muito emocionado com esse prêmio. Nós, povos indígenas, estamos vivendo um momento muito difícil. Não só nós, mas também a nossa casa, a floresta, está sendo destruída", disse o ator, em comunicado. "Então, um indígena recebendo um prêmio como esse, mostra a nossa força e capacidade de atuarmos na sociedade não indígena, seja participando de um filme, seja como médicos ou advogados, sem que isso signifique a perda das nossas origens ou o esquecimento da nossa cultura."
"A febre" narra a história de Justino, um indígena do povo Desana que trabalha como vigilante em um porto de cargas e vive na periferia de Manaus. Desde a morte da sua esposa, sua principal companhia é a filha Vanessa, que está de partida para estudar Medicina em Brasília Com o passar dos dias, Justino é tomado por uma febre forte. Durante a noite, uma criatura misteriosa segue seus passos. Durante o dia, ele luta para se manter acordado no trabalho.
O longa agora terá sua estreia norte americana no Festival de Cinema de Toronto, no Canadá, na mostra Wavelengths (dedicada a filmes de linguagem mais arrojada), que acontece entre os dias 5 e 15 de setembro no Canadá. No Brasil o filme será distribuído pela Vitrine Filmes.