Depois de ter sido banida pelo conselho escolar do condado de McMinn , no Tennesse, a história em quadrinhos Maus agora é o livro mais vendido dos Estados Unidos de toda a Amazon. Outras duas edições da obra, que narra a vida da família judia do autor antes e depois do Holocausto, também estão no no Top 20, consultado na manhã desta segunda-feira.
No dia 10 de janeiro, o conselho escolar de McMinn votou unanimemente para proibir o uso da obra no currículo das turmas de oitava série. A justificativa foi a presença de "linguagem questionável" e desenhos de uma mulher nua.
— Não precisamos promover esse tipo de coisa. O livro mostra pessoas enforcadas, mostra-as matando crianças. Por que o sistema educacional promove esse tipo de coisa? Não é sábio ou saudável — disse o membro do conselho Tony Allman, durante a reunião.
![O quadrinista Art Spiegelman posa em uma exposição com um painel que mostra um trecho de sua obra Maus Foto: BERTRAND LANGLOIS / AFP](https://ogimg.infoglobo.com.br/in/25370071-7eb-2ca/FT1086A/97197083_FILES-In-this-file-photo-taken-on-March-20-2012-US-comic-book-artist-Art-Spiegelman-poses-i.jpg)
A decisão repercutiu na mídia americana e foi criticada pelo
autor da obra, Art Spielgmann
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— Estou tentando compreender isso direito. Eles estão totalmente focados em alguns palavrões que estão no livro. Eu não posso acreditar que a palavra 'droga' faria o livro ser descartado da escola por conta própria — disse Spielgmann, que se descreveu 'perplexo' com o banimento do livro, a primeira HQ a ganhar um prêmio Pullitizer.
De acordo com o autor, a imagem da mulher nua que foi citada como um dos motivos para a proibição da obra é um pequeno desenho de sua
mãe em uma banheira, com os pulsos cortados
.
— Entendo que o Tennesse é um lugar demente. Há algo de muito confuso acontecendo por lá — disse Spielgmann à CNBC.
!["Maus" de Art Spiegelman Foto: MARO SIRANOSIAN / AFP](https://ogimg.infoglobo.com.br/in/25374421-dbc-f4d/FT1086A/97198761_This-photo-taken-in-Los-Angeles-California-on-January-27-2022-shows-the-cover-of-the-gr.jpg)
Críticas ao banimento também foram feitas por outros escritores, como o britânico Neil Gaiman, e instituições, como o Museu do Holocausto.
Segundo Gaiman em sua postagem no Twitter, "só há um tipo de pessoa que baniria Maus, qualquer que seja o nome pelo qual eles estão se chamando atualmente".
Na mesma rede social, o perfil do Museu do Holocausto, publicou: "Maus desempenhou um papel vital na educação sobre o Holocausto através do compartilhamento de experiências pessoais e detalhadas de vítimas e sobreviventes. Ensinar sobre o Holocausto usando livros como Maus pode inspirar os alunos a pensar criticamente sobre o passado e seus próprios papéis e responsabilidades na atualidade."