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Bob Dylan é o primeiro a ganhar o Nobel, Pulitzer, Oscar, Grammy e Globo de Ouro

Compositor americano também está no Hall da Fama do Rock
O cantor e compositor Bob Dylan em show em 2012 Foto: FRED TANNEAU / AFP
O cantor e compositor Bob Dylan em show em 2012 Foto: FRED TANNEAU / AFP

RIO — O Nobel conquistado nesta terça-feira coloca Bob Dylan numa posição única. Além de ser o primeiro compositor popular a vencer o prêmio de literatura, ele passa também a ser o único artista homenageado com o Nobel, o Pulitzer, o Oscar, o Grammy e o Globo de Ouro. Fora isso, não é qualquer compositor que tem suas letras citadas com frequência em decisões judiciais.

O maior número de premiações veio, é claro, na área da música: são 11 Grammys na carreira, sendo o primeiro conquistado em 1980, como melhor vocalista de rock, por "Gotta serve somebody".  No mesmo ano, ele dividiu o prêmio de "Álbum do ano" pelo disco "Concerto para Bangladesh".

Dez anos depois, ele voltaria a ser premiado com o Grammy como melhor grupo vocal de rock pelo trabalho com os Travelling Willburys — supergrupo que reunia Dylan, George Harrison, Jeff Lynne, Roy Orbison e Tom Petty.

Em 1991, ele receberia o Grammy pelo conjunto a obra. Em 1995, veio o prêmio de melhor disco folk por "World gone wrong". Em 1998 foram três prêmios, álbum do ano e álbum folk, por "Time out of mind", e performance vocal de rock, por "Cold irons bound".

"Love and theft" rendeu mais um grammy de álbum de folk, em 2002. Cinco anos depois viram os prêmios de performance vocal de rock, pela canção "Somebody babe", e disco de folk, por "Modern times". E por fim, em 2016 ele foi premiado por "The Bootleg Series Vol. 11: The Basement Tapes Complete", como melhor álbum histórico.

Obama coloca medalha em Bob Dylan durante homenagem na Casa Branca, em 2012 Foto: Charles Dharapak / AP
Obama coloca medalha em Bob Dylan durante homenagem na Casa Branca, em 2012 Foto: Charles Dharapak / AP

O Oscar veio em 2001, pela canção "Things have changed", da trilha sonora do filme "Garotos incríveis". Ele apresentou a música e agradeceu o prêmio via satélite, pois estava em turnê na Austrália na época. A mesma canção rendeu a ele o Globo de Ouro. Desde que ganhou o Oscar, Dylan passou a levar a estátua consigo em turnês, colocando-a sobre seu amplificador nos shows.

Em 2008, Dylan foi agraciado com o Prêmio Pulitzer por seu "profundo impacto na música popular e na cultura americana, marcado por composições líricas de extraordinária força poética". Um ano antes, sua importância para a cultura mundial havia sido reconhecida na Espanha, com o Prêmio Príncipe das Astúrias.

Além disso, Dylan faz parte do Hall da Fama do Rock and Roll Hall, dos Compositores de Nashville e dos Compositores.  Ele recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade em 2012 e a Légion d'Honneur francesa, em 2013.

Justificando o Nobel, Sara Danils, secretária permanente da Academia Sueca, descreveu Dylan como um "grande amostrador. E há 54 anos ele tem se reinventado. A começar por 'Blonde on blonde', um exemplo extraordinário de sua maneira brilhante de rimar, juntando refrãos, e de sua maneira brilhante de pensar".