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Haruki Murakami é (mais uma vez) o favorito ao Nobel de Literatura

Sírio Adonis, queniano Ngũgĩ wa Thiong'o e americano Philip Roth também estão cotados
O escritor japonês Haruki Murakami Foto: Terceiro / Divulgação
O escritor japonês Haruki Murakami Foto: Terceiro / Divulgação

RIO — O escritor japonês Haruki Murakami, de 67 anos, figura na lista de favoritos ao Prêmio Nobel de Literatura desde 2011, mas, se depender das casas de apostas, a aguardada vitória do autor de "Norwegian wood" (Objetiva) não escapa em 2016. Ele é apontado como o concorrente mais forte entre apostadores europeus (incluindo britânicos, principal mercado de apostas) e americanos no site " Nicer Odds ".

Outros três autores também aparecem como bem cotados: o poeta sírio Adonis, o queniano Ngũgĩ wa Thiong'o, atração da Flip em 2015, e o experiente romancista americano Philip Roth.

As chances do Mobel de Literatura de acordo com as casas de aposta Foto: Reprodução
As chances do Mobel de Literatura de acordo com as casas de aposta Foto: Reprodução

Murakami é considerado um dos maiores best-sellers do mundo hoje. É ele o autor da trilogia “1Q84” e de romances como “Kafka à beira-mar” e “Minha querida Sputnik”, todos publicados no Brasil pela Alfaguara. Traduzido para mais de 50 idiomas, seu sucesso é atribuído à capacidade de construir enredos fantasiosos, uma prosa ágil e mesclar referências culturais japonesas e ocidentais.

Adonis — pseudônimo adotado por Ali Ahmad Said Esber, nascido em 1930, num vilarejo no norte da Síria —, por sua vez, é considerado o maior nome da poesia árabe moderna. Radicado na França desde os anos 1980, ele também foi atração da Flip, em 2012. A relação entre Ocidente e mundo árabe é um tema central na obra do poeta. Desde os primeiros poemas, ele buscou uma aproximação entre a rica tradição literária árabe e as inovações formais do modernismo europeu, influenciado por autores como Rimbaud e T.S. Eliot.

O queniano Ngũgĩ wa Thiong'o foi cotado para ganhar o Nobel em 2010, quando perdeu para Mario Vargas Llosa. A prosa de Thiong’o foi marcada pela divisão entre a identidade local e a identidade imposta pela colonização britânica. Ele tem livros escritos no idioma nativo gikuyu e em inglês. No Brasil, foram publicados no ano passado “Um grão de trigo” (Alfaguara), que retrata a independência do Quênia, e “Sonhos em tempos de guerra” (Biblioteca Azul), suas memórias.

Aos 83 anos, o americano de origem judaica Philip Roth anunciou sua aposentadoria em 2013. Ao longo de sua carreira, que durou meio século, ele enfrentou polêmicas ao ser acusado de antissemitismo e misoginia. E, apesar de passar a vida defendendo-se delas, sagrou-se um dos maiores escritores americanos vivos.

Correm por fora, ainda, o albanês Ismail Kadaré, o argentino César Aira, a americana Joyce Carol Oates e o norueguês Jon Fosse.

O vencedor será anunciado pela Academia Sueca na próxima quinta-feira, dia 13 de outubro, uma semana depois do período habitual — normalmente, o prêmio é anunciado na primeira quinta de outubro. No ano passado, o prêmio foi dado para a bielorrussa Svetlana Aleksiévitch, que também era apontada com grande favorita pelos sites de apostas.