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Morre W.S. Merwin, um dos poetas mais premiados dos Estados Unidos

Vencedor de dois prêmios Pulitzer, escritor de 91 anos também era conhecido por seu trabalho na preservação ambiental
O poeta W.S. Merwin posa na sua casa de Maui em 2010 Foto: TOM SEWELL / NYT
O poeta W.S. Merwin posa na sua casa de Maui em 2010 Foto: TOM SEWELL / NYT

O poeta americano W.S. Merwin morreu nesta sexta-feira, próximo de Haiku-Pauwela, no Havaí, aos 91 anos. A morte foi confirmada por um porta-voz de sua editora, a Copper Canyon Press.

Merwin era um dos mais premiados poetas dos Estados Unidos, e talvez do mundo. Ele foi poeta laureado pelos Estados Unidos; venceu dois prêmios Pulitzer; um National Book Award e várias outras honrarias.

Ele também foi um dos mais prolíficos poetas de sua geração, e publicava frequentemente seu trabalho em revistas como "The New Yorker", "The Atlantic Monthly" e "Harper’s Magazine". Ao todo, Merwin publicou quase três dúzidas de volumes de poesia, assim como ensaios, contos, memórias e traduções de Dante, Pablo Neruda e Osip Mandelstam, entre outros.

Nos seus últimos anos, Merwin era igualmente reconhecido por seu trabalho como um conservacionista — em particular por seu trabalho meticuloso na restauração da flora, incluindo centenas de espécies de palmeiras na erma plantação de abacaxis no Havaí onde ele morava. Ele viveu lá, em uma feliz quase solidão, desde os anos 1970, se recusando a atender o telefone.

Os temas que mais interessavam Merwin eram os que atormentam quase todo poeta: a terra, o mar e suas várias criaturas; o ciclo das estações; mitos e espiritualidade (ele era um budista praticante); história pessoal e memória e, acima de tudo, a vida e sua perversa evanescência.

Nascido em Nova York em 30 de setembro de 1927, William Stanley Merwin foi criado entre Nova Jersey e a Pensilvânia, onde seu pai, um ministro presbiteriano, pregava. Ele escreveu seus primeiros versos, hinos para a congregação de seu pai, aos cinco anos de idade.

Com 16, Merwin ingressou em Princeton com uma bolsa. Aos 17, durante a Segunda Guerra Mundial, ele se alistou na marinha, algo que disse ter sido "um erro terrível". De volta a Princeton, ele se formou em 1948 e seguiu seus estudos na unversidade, se dedicando às línguas românicas.

Merwin recebeu seu primeiro prêmio Pulitzer em 1971 por sua coleção “The carrier of ladders". Em 2005, venceu o National Book Award por “Migration: new and selected poems” e seu segundo Pulitzer em 2009 por “The shadow of Sirius".

A mulher de Merwin, Paula Schwartz, morreu em 2017. Ele deixa dois enteados, Matthew Carlos Schwartz e o escritor John Burnham Schwartz; dois netos e uma irmã, Ruth Moser.