Livros
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Por Ruan de Sousa Gabriel — São Paulo

Na quarta-feira da semana passada, a psicóloga Victoria Gomes perguntou a seus seguidores no Instagram se algum deles gostaria de acompanhá-la em uma visita a um novo evento: A Feira do Livro, cuja primeira edição acontece a partir desta quarta-feira (8) e até domingo (12) a sábado na Praça Charles Miller, em frente ao Estádio Pacaembu, em São Paulo. Organizado pela Associação Quatro Cinco Um, que edita a revista literária de mesmo nome, e pela Maré Produções, o evento gratuito venderá títulos com desconto de 120 expositores (editoras e livrarias) e promoverá oficinas de produção editorial e debates com 55 autores, como a brasileira Carla Madeira, o moçambicano Mia Couto e a espanhola María Dueñas.

Página virada

Após dois anos de pandemia, as feiras de livro, famosas por oferecerem descontos de mais de 50%, voltam a acontecer presencialmente. Neste fim de semana, por exemplo, também ocorrem a 1ª Feira de Livros do MAM, no Rio de Janeiro, no dia 11, e a feira e-cêntrica, em Goiânia, nos dias 11 e 12. Entre os próximos eventos estão a POC CON, feira de quadrinhos LGBTQIAP+ (dia 18), o Salão do Livro Político (de 20 a 24) e a 26ª Bienal Internacional do Livro (de 2 a 10 de julho), todos na capital paulista. Algumas feiras, no entanto, continuam virtuais, como a 10º Festa do Livro da USP Leste, que começa hoje e vai até quinta-feira.

— Feiras dão a oportunidade de conhecer títulos que às vezes fogem das vitrines das livrarias. Algumas editoras menores publicam coisas muito legais que você só vê quando são expostas em eventos assim — acredita Victoria.

O editor Paulo Werneck e o arquiteto Álvaro Razuk, idealizadores d’A Feira do Livro, afirmam que o evento responde a uma “demanda reprimida” de São Paulo, que, diferentemente de cidades como Porto Alegre e Madri, não tinha um evento de livros ao ar livre. A Feira, que ocupará um espaço de 15 mil metros quadrados em frente ao Pacaembu, firmou um acordo com o Museu do Futebol, localizado no estádio: durante o evento, o museu cobrará meia-entrada (R$ 10) de todos os visitantes. Do lado de fora, haverá uma tenda só com livros sobre o esporte.

— São Paulo é ótima para quem gosta de livros. Mas ainda não tínhamos uma feira de livros ao ar livre. Quisemos fazer algo diferente dos eventos a que a cidade está acostumada, que são intramuros, com catraca, cobrança de ingresso, senha — diz Werneck, que atribui o entusiasmo dos leitores com A Feira não apenas aos saldões, mas também ao desejo de compartilhar experiências. — Existe também a vida literária, a sociabilidade que ocorre ao redor da literatura.

Se para os leitores feiras são um alívio para o bolso, para editoras independentes são uma oportunidade de ouro para fisgarem clientes. Muitas dessas casas investem em edições artesanais e projetos gráficos arrojados que são difíceis de apresentar em lojas virtuais e ou vitrines das livrarias.

— As feiras são momentos onde nós, independentes, podemos mostrar nosso trabalho. O objeto-livro é nosso ponto forte. As feiras virtuais, embora tenham sido importantes, não favoreceram nossa relação com o público — afirma Larissa Mundim, dona da editora Negalilu e criadora da e-cêntrica, última grande feira a reunir as editoras independentes, no início de março de 2020.

João Varella, sócio da Lote 42, editora independente famosa por sua ousadia gráfica, conta que as feiras presenciais voltaram com força neste trimestre. Só este ano, a Lote 42 já participou de 12 feiras — o dobro de todo 2021. A editora vai até contratar um funcionário para cuidar apenas desses eventos. Varella explica que, embora os saldões on-line tenham representado uma diminuição dos custos logísticas de uma feira, as vendas não foram tão boas assim.

— Tem sido como reencontrar velhos amigos. Feira de livros é como um comércio à moda antiga — diz.

Victória Gomes, a psicóloga que já confirmou presença na Feira do Livro, recomenda que até quem não tem o hábito da leitura não perca eventos do tipo.

— Mesmo que você não compre nada, é muito legal conhecer as editoras e ver tanta gente mobilizada por isso. É como passear numa biblioteca gigante — afirma.

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