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Por Ruan de Sousa Gabriel

Na quinta-feira (24), a poeta Luiza Romão, de 30 anos, foi dormir tarde. Já passava da meia-noite, em Madri, quando começou a transmissão do Prêmio Jabuti, o qual ela disputava na categoria poesia. Assistiu à cerimônia sozinha em seu apartamento — ela também é atriz e estuda interpretação para cinema na capital espanhola. Quando anunciaram que ela havia vencido o prêmio de Poesia com o livro “Também guardamos pedras aqui” (Nós), deu um grito tão alto que temeu ter acordado os vizinhos. Foi dormir feliz na vida.

Ou melhor: tentou dormir. De repente, começaram a chegar mensagens dos amigos do Brasil. Luiza também havia ganhado o prêmio de Livro do Ano, o mais importante de todos, que vale R$ 100 mil. É eleito Livro do Ano a obra que alcançou as maiores notas segundo a avaliação dos jurados em qualquer uma das categorias dos eixos Literatura e Não Ficção. Luiza enfrentou concorrentes de peso. Só na categoria Poesia, ela superou poetas de prestígio como Ricardo Aleixo, Ana Martins Marques e Arnaldo Antunes. E, ao vencer o Livro do Ano, desbancou autores como Laurentino Gomes, Margareth Dalcolmo e Micheliny Verunschk.

— Não esperava! Meus concorrentes eram todos poetas que eu admiro, que leio avidamente e me influenciaram muito e que me encantam. São poetas que trabalham a a palavra como som, como musicalidade, como corpo — diz Luiza, que ainda não havia dormido até o início da tarde desta sexta (horário do Brasil) e ainda não sabe como vai gastar o dinheiro o prêmio. — Vou continuar fazendo meus corres, minhas performances, dando aula de teatro, de poesia, de escrita criativa, lançando meus livros em saraus.

“Também guardamos pedras aqui” começou a ser concebido em uma das oficinas do escritor Marcelino Freire. As pedras do título remetem àquelas com que Virginia Woolf encheu os bolsos ao se suicidar num riacho, aos versos de Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Mello Neto e também às pedras lançadas por manifestantes palestinos. O livro também rendeu um vídeo-poema dirigido pelo multiartista Eugênio Lima.

Editora da Nós, Simone Paulino estava na Flip quando recebeu a notícia. Ela acreditava que sua autora tinha grandes chances de ganhar. Luiza e Simone até cogitaram que a editora fosse à cerimônia receber o prêmio caso a poeta de fato vencesse. Por questões de saúde, Simone não voltou para São Paulo. Quem recebeu o prêmio em nome de Luiza foi Carolina Fomin, amiga que, por acaso, trabalhou como intérprete de libras na cerimônia. Simone diz que comemorou a vitória de sua autora como “uma gritaria boa” em Paraty.

Segundo a editora, havia 300 cópias de “Também guardamos pedras aqui” no estoque, mas, devido aos pedidos das livrarias após o prêmio, uma nova fornada já está para sair da gráfica.

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