O ano não começou com boas notícias para o setor editorial. Entre 3 e 30 de janeiro, a venda de livros caiu 5,39% — foram comercializados 5,23 milhões de exemplares no período, 300 mil a menos do que no mesmo mês do ano passado. Já o preço médio do livro subiu 7,75%. Tanto o aumento do preço como a redução do desconto médio (4,5%) ajudaram a segurar o faturamento do setor, que cresceu 1,95%. Os dados são do Painel do Varejo de Livros no Brasil, pesquisa realizada pela Nielsen Book e divulgada nesta quarta-feira (15) pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).
Em janeiro, o setor faturou R$ 263,83 contra R$ 258,79 milhões no mesmo período de 2022, sem descontar a inflação. Em nota, o presidente do SNEL, Dante Cid, afirmou que "apesar do resultado negativo em volume e em valor real, ainda é cedo para apontarmos tendências". "Especialmente considerando-se que o período equivalente do ano anterior foi de crescimento acima do normal, em vista do retorno dos didáticos", disse. Em janeiro de 2022, o mercado editorial crescera 22,43% em volume e 20,03%.
Também em nota, Ismael Borges, da Nielsen Book, explicou que o bom desempenho do setor em janeiro de 2022 "não só traduzia uma forte retomada às atividades de consumo, mas também impunha um patamar alto de comparação para os próximos períodos". "E aqui estamos no tempo presente olhando para um número que é objetivamente negativo, mas que precisa ser tratado com uma luta mais atenta".
Os didáticos foram os que mais contribuíram para o aumento do preço do livro em janeiro. O preço dos títulos escolares subiu 14,34% em janeiro. Os valores médios cobrados por livros de ficção e não ficção trade (comercial) aumentaram 8,13% e 6,54%, respectivamente. Já o preço médio dos livros de não ficção para especialistas caiu 2,32%.