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Por Louise Queiroga — Rio de Janeiro

A escritora Jenna Evans Welch, que mora em Salt Lake City, nos EUA, mas passou a adolescência em Florença, na Itália, adquiriu posição cativa na lista de livros de ficção mais vendidos no Brasil, segundo o portal Publishnews, com o título "Amor & gelato", lançado no país em julho de 2017 pela editora Intrínseca.

Agora com sua obra mais recente, "Feitiço para coisas perdidas", Jenna busca levar aos leitores uma reflexão sobre o desejo de desbravar o mundo e o que define o conceito de lar. Em entrevista ao GLOBO (leia na íntegra abaixo), ela contou como sua própria personalidade influenciou a criação de uma personagem e destacou o quanto tem carinho pelos fãs brasileiros. E também revelou que acabou aprendendo a ler tarô para facilitar seu processo de escrita.

Em "Feitiço para coisas perdidas", Willow sente que não pertence a lugar nenhum e acredita que a única maneira de encontrar seu verdadeiro lar é viajando pelo mundo. No entanto, sua mãe ausente a leva até Salem, conhecida como a "cidade das bruxas", para resolver uma herança inesperada.

Na região, ela conhece o recém-chegado e solitário Mason, que vivia entrando e saindo de lares temporários. Seu maior desejo é reencontrar a mãe, que não vê há muitos anos. Rapidamente, eles sentem uma profunda conexão, e conforme o passado secreto e mágico da família de Willow vai se revelando, ambos devem unir suas forças — e talvez até lançar um feitiço — para desvendar uma possível maldição que se perpetua há gerações.

A dupla então aprende "em meio a estrelas, coisas perdidas e muita magia, que é preciso coragem para abrir o coração e encontrar o verdadeiro significado de lar".

Quanto a "Amor & gelato", que ganhou uma adaptação para um longa-metragem homônimo, entrou no ranking dos títulos de ficção mais lidos do Brasil em julho de 2021, um mês após o início da produção de sua versão para a Netflix, conquistando o 5º lugar. Naquele mesmo ano, alcançou o topo na lista de setembro, ainda de acordo com o levantamento do Publishnews. Na lista anual, saiu em 4º lugar, e em 2022, ano de lançamento do filme na plataforma de streaming, pegou o 3º.

Além disso, considerando os rankings mensais de 2023, "Amor & gelato" permanece entre os vinte títulos mais vendidos na categoria de ficção. Na lista semanal entre os dias 6 e 12 de março, chamou atenção ao aparecer em 6º.

"Amor & gelato" é o primeiro livro da série "Amor & livros", que conta ainda com "Amor & sorte" e "Amor & azeitonas".

Confira a seguir a conversa completa com a autora Jenna Evans Welch sobre seu processo de escrita, as reflexões por trás de "Feitiço para coisas perdidas", lançado em janeiro no Brasil, e mais:

  • Em seus livros, geralmente há referências à culinária. Como isso influencia o seu trabalho? Qual é a sua ligação com isso?

Estou sempre tentando recriar a experiência de viajar e explorar novos lugares através de meus livros, e acho que comida e culinária são uma das melhores maneiras de conhecer uma nova cultura. Também acho que é uma das melhores maneiras de conhecer um personagem — há tantos laços entre a maneira como comemos e a maneira como vivemos, e descobri que é uma parte importante da exploração do personagem.

  • Em relação a desejos como viajar e/ou encontrar um lar, com qual dos personagens principais você mais se identifica e por quê?

Depois que meu marido leu meu livro mais recente, ele apontou para o primeiro capítulo de Willow e disse: “Ela é você”. Willow não sou eu, mas certamente escrevi muito de mim na personagem dela. Durante muito tempo da minha vida, lutei para me sentir “em casa” e, quando adolescente, descobri que me sentia mais autêntica e à vontade ao viajar.

  • Quando você escreveu "Feitiço para coisas perdidas", qual era a principal mensagem que queria passar aos seus leitores?

Eu estava muito interessada em explorar como as histórias de nossa família podem nos impactar e como traumas e lutas podem ser transmitidas de geração em geração. A mensagem que eu queria passar é que é possível sair das histórias da sua família e criar a vida que você deseja. Eu também queria muito me conectar com os leitores sobre o conceito de lar. Ao escrever o livro, me vi olhando para [a ideia de] lar mais como um conceito do que como um lugar — para mim, o lar é um espaço emocional onde você está seguro para ser autêntico e cometer os erros necessários para crescer.

  • O que (e/ou quem) lhe motiva durante o processo de escrita? Como você entra no modo "foco total" para cumprir seus prazos?

Eu me estresso muito com meus livros e, embora os prazos certamente ajudem, descobri que meu maior motivador tende a ser o desejo de fazer justiça a um personagem. Enquanto escrevia "Feitiço para coisas perdidas", lutei contra enxaquecas diárias, mas não conseguia deixar de pensar que a história de Mason era importante e precisava ser contada. Sua voz era a mais clara e a mais bem formada do que a de qualquer personagem que já escrevi — acho que foi Mason quem me ajudou particularmente a escrever esse livro.

  • Ao elaborar seu livro mais recente, o que levou você a escrever sobre magia? Quais foram suas principais inspirações em relação a isso? E enquanto leitora, você gosta de ler livros sobre este tema? Existe algum que lhe impressionou mais?

Eu simplesmente adorei explorar o conceito de magia, em especial no contexto de um romance contemporâneo. Sempre acreditei que a vida de cada um de nós é tocada por um pouco de magia — coisas como encontros casuais, sorte e coincidências — por isso era, para mim, muito natural escrever sobre isso.

Eu adorei "Da magia à sedução" de Alice Hoffman, bem como "Encantos do jardim" de Sarah Addison Allen e queria criar um mundo semelhante onde a magia se entrelaçasse naturalmente na vida cotidiana. Aprendi a ler tarô enquanto escrevia esse livro ["Feitiço para coisas perdidas"], e isso se tornou uma parte importante do meu processo criativo.

  • E esse impacto poderoso quando seus próprios livros impressionam a vida de seus leitores? Como você se sente quando lê as mensagens dos fãs e/ou ouve o que eles dizem durante as sessões de autógrafos? Você teve algum feedback de leitor que se destacou? Como foi?

É difícil descrever o quanto as respostas dos leitores significaram para mim. Quando criança, passei por um período difícil em que lutei contra a solidão. Os livros eram minha válvula de escape na época, e sempre senti uma conexão especial com os escritores cujos livros estavam comigo durante esse período.

Há um ano, recebi um e-mail de uma jovem recém-formada no ensino médio. Ela me disse que teve um período muito difícil na escola e que, durante anos, carregou meus livros consigo para ter algo para ler enquanto estava sentada sozinha. Quando terminava de ler meu livro, voltava para o começo e o leria novamente. Ela escreveu para me agradecer por ficar com ela por todos aqueles anos enquanto lutava contra a solidão. Este foi um momento verdadeiramente de virada para mim, sabendo que fiz por alguém o que fizeram por mim. Eu choro toda vez que penso nisso!

  • Em relação aos fãs brasileiros, como é sua interação com eles nas redes sociais? E qual mensagem você gostaria de passar especialmente para eles?

Os fãs brasileiros não poderiam ser mais maravilhosos! Sinceramente, gostaria que cada pessoa tivesse a experiência de comparecer a uma sessão de autógrafos e ter uma multidão de fãs brasileiros esperando por eles. Eu adoraria dizer-lhes obrigada por seu entusiasmo e gentileza. Seu apoio e entusiasmo foram a surpresa mais maravilhosa —nunca imaginei ter um grande número de leitores em outro país, e minha vida é realmente melhor por causa de todos vocês!

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