Crítica: 'Mantovânia' é pura diversão com pencas de referências a gêneros musicais e bandas

O centro da trama está na banda Loose Bottoms, contratada para tocar num festival na Mantovânia, país (inexistente) no Leste da Europa. É um festival sério, com grupos de vários cantos do mundo, todos com apenas um grande sucesso ao longo de suas longevas carreiras.

O narrador do livro, diga-se, é o tecladista dos Loose Bottoms, Eric Ruszinski. Músico de grande talento, está sempre meio emburrado com o estrelismo do resto do grupo, três sujeitos meio abobados que acreditam ter inventado o rock. Eric cometera, ainda adolescente, um disco solo que virou cult, raríssimo, e a aventura na louca Mantovânia vai reforçar sua fama — que ele tenta abafar. Essinger ambienta parte do livro em Chicago, cidade com cena musical histórica que empresta veracidade à trama sem comprometer a fauna brasileira do showbizz.

A narrativa se segura em diálogos, arremates e personagens pertinentes (ah, Cindy), com homenagens criativas a músicos como Jorge Ben Jor ou até mesmo Liberace. Delirante. O humor é a tônica da conversa, sempre alfinetando as inúmeras idiossincrasias humanas.

“Mantovânia” é leve (ou mais ou menos isso), sem gabolice intelectual, pura diversão com pencas de referências a inúmeros gêneros musicais e bandas — o que pode tornar sua leitura um entretenimento eterno, se o leitor resolver conferir na internet uma única canção de cada artista citado. Fica a dica.