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Por — Rio de Janeiro

A 21ª edição da Bienal do Livro do Rio de Janeiro promete ser histórica. O evento comemora 40 anos quebrando todos os seus recordes, com números superlativos: mais de 300 editoras participantes, e mais de 300 autores e personalidades em 200 horas de atrações. A organização espera 600 mil pessoas no Riocentro — o dobro da última edição, ocorrida em meio à pandemia do coronavírus. Também serão lançados mais de mil novos títulos, com expectativa de 2,5 milhões de exemplares vendidos ao longo do evento.

Adaptando-se aos novos tempos, a programação aposta na transversalidade, misturando mídias e linguagens. Para costurar essa variedade, foi criado uma nova função: direção artística. A jornalista Bianca Ramoneda assumiu o desafio com o objetivo de “sacudir” alguns conceitos.

— A Bienal tem um lugar cativo no coração das pessoas e isso é um trunfo — diz Bianca. — Nós temos que escutar as demandas, mas com consciência de que essas demandas mudam a cada edição. Por isso temos que criar novas linhas de interesses e de diálogos entre diferentes áreas. Estamos comemorando 40 anos, mas focados nos próximos 40. Não tenho dúvida que o que começa agora vai seguir evoluindo pelas próximas edições.

Para entender melhor a “sacudida”, basta olhar para a programação das mesas. Além das estrelas internacionais que dispensam contexto e apresentações, como as best-sellers Julia Quinn (de “Os Bridgertons”), Cassandra Clare (da série “Instrumentos mortais”) e Jenna Evans Welch (de “Amor & gelato”), a curadoria privilegiou bate-papos inusitados entre personalidades de diferentes áreas. Bianca Ramoneda cita, por exemplo, a conversa entre os psicanalistas Alexandre Coimbra Amaral e Christian Dunker e o artista Pedro Vinicio. Os dois primeiros são conhecidos por falar sobre a saúde mental no mundo contemporâneo, e o último ficou famoso desenhando sobre esse mesmo assunto.

— É um crossover de especialidades — explica ela. — A gente quer provocar esse tipo encontro com pessoas que ninguém imaginaria juntas, mas que convergem de alguma forma.

A curadoria ficou a cargo de um coletivo formado por Clara Alves, Mateus Baldi e Stephanie Borges, que assinam os espaços Café Literário e Palavra-Chave. A diversidade também norteia o line-up, reunindo personalidades negras, LGBTQIA+ e feministas.

Um dos espaços mais tradicionais da Bienal, o Café Literário chega à edição 2023 com uma proposta mais intimista. Também há novos formatos que evidenciam os diálogos entre expressões artísticas. Incluídos este ano na programação, o “Páginas no Palco” (no Café Literário) e o “Páginas na Tela” (no Estação Plural) trazem personalidades do teatro e do audiovisual. O primeiro terá atores e atrizes, como Vera Holtz e Claudia Abreu lendo/interpretando textos de escritores levados aos palcos. Ou os próprios autores/atores, caso do premiado Clayton Nascimento, que apresentará trechos de sua peça “Macacos”.

— Adoro a sensação de que as histórias podem estar nos livros, nas telas e em todos os lugares — diz Rosane Svartman, curadora do “Páginas na Tela”. — Hoje vemos uma aceleração da convergência de mídias. Gosto de dizer que as histórias deslizam e que está cada vez mais difícil dizer quem é a nave-mãe desse deslizamento. No “Páginas na Tela” vamos receber personalidades como o Mauricio de Sousa, que tem todo um ecossistema em torno da Turma da Mônica, quadrinhos, livros, filmes, streaming e plataformas interativas.

Maior evento literário do Rio e um dos maiores do país, a Bienal começou em 1983 como uma feira do livro no Copacabana Palace, e começou a ganhar ares de megaevento a partir dos anos 2000, com um maior número de atrações e interação entre público e autores. Desde então, vem buscando mais convergência com outras formas de entretenimento além da leitura.

Diretora de Negócios da GL Events Brasil, que realiza o evento junto ao Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Tatiana Zaccaro acredita que as próximas bienais apontam para uma relação cada vez mais elástica com o livro.

— Muita gente me pergunta qual evento internacional se assemelha à Bienal. E é interessante observar que, nessa magnitude, não existe nada igual — diz Zaccaro. — Tem grandes eventos editoriais lá fora, mas são eventos do setor, onde se negocia compra e venda de direito autoral. Não são eventos para o grande público. Dá para dizer que a gente “criou” um formato de evento que faz 40 anos numa curva ascendente de sucesso.

Mais recente Próxima Bienal do Livro: veja a programação completa do evento
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