Cultura

Marília Mendonça: conheça os bastidores da segunda temporada da série que registra turnê da cantora, ainda inédita

Continuação do documentário em cartaz no Globoplay já foi finalizada e mostra a cantora fazendo terapia e em busca de vida mais calma: 'O acidente aconteceu pouco antes de ela fazer o que queria', diz roteirista
A cantora Marilia Mendonça no especial de TV "Todos os Cantos" Foto: Flaney Gonzallez / Divulgação
A cantora Marilia Mendonça no especial de TV "Todos os Cantos" Foto: Flaney Gonzallez / Divulgação

RIO - A primeira temporada da série documental "Todos os cantos", que acompanha a turnê da cantora Marília Mendonça está no ar no Globoplay. O norte é mostrar os bastidores do projeto da rainha do feminejo no país. Em "Todos os cantos", ela chega de surpresa em uma cidade, anuncia no dia e se apresenta de graça. Essa é a graça: o encontro de Marília com seus fãs. O doc tem uma segunda temporada, que foi finalizada em outubro e ainda não está no ar. Nela, a cantora, já grávida, demonstra vontade de diminuir o ritmo frenético dos shows, conta que está fazendo terapia.

— O acidente aconteceu pouco antes de ela fazer o que queria — conta Alessandro Rossi, programador do Circo Voador e roteirista do projeto.

Entenda o sucesso: Os números do fenômeno Marília Mendonça

Rossi não pertence ao mundo do sertanejo, mas conta que o contato próximo que teve com ela e a equipe da turnê mostrou que Marília "era muito maior que um gênero". Mais que isso. Segundo ele, ela se mostrava progressista dentro do contexto musical conservador do sertanejo:

Também sertanejo, irmão se manifesta nas redes

— Ela fazia o que queria, do jeito que queria. Apesar de jovem, era muito firme. Uma representante genuína de uma geração e tinha uma influência tremenda. Claramente era Lula Livre, por exemplo, mas não comentava muito essa preferência. A sensação que eu tinha era de que ela era uma agente infiltrada. Os fãs dela não eram só fãs, eles se sentima representados por ela.

Comparação com Adele rendeu brincadeiras

Na época em que a série documental foi gravada, em 2019, Marília tinha 23 anos.

— Tímida, nem parecia o colosso que ela era — lembra Rossi.

Nessa segunda temporada da série, ele a acompanhou em um dia de shows em Minas Gerais:

— O grande desafio naquele momento era equacionar a chegada ao fãs que não podiam pagar para ver um show dela e ao mesmo tempo manter o segredo.

Marília já estava grávida do filho e, Rossi conta, claramente queria frear o ritmo frenético de shows. Enquanto isso não acontecia, contava com o apoio de todos que a cercavam na estrada:

— Era uma menina muito nova, que fazia o que gostava, cercada de uma equipe muito carinhosa. A família é muito ligada, o tio (Abicelí Silveira Dias Filho, que estava no avião e morreu junto com a sobrinha Marília) a acompanhava para fazer companhia. Era a família ao lado dela, companheiro de copo nos momentos de descontração.

O que se sabe sobre o acidente

Quando a primeira temporada foi lançada, Marília falou sobre o projeto:

— Logo no início, vi que seria impossível realizar do jeito que sonhei: chegar na cidade, pegar um músico e cantar sentada no banco da praça. Na primeira cidade que escolhemos, Belém, ainda não tinha palco, fizemos o show em um monumento, no centro da cidade. Foi aí que percebemos que a estrutura teria que ser muito diferente, pela quantidade de pessoas, pela segurança de todos. Em Goiânia, a segunda cidade, tudo já ficou maior e foi crescendo.

O documentário ainda interrompido em função da gravidez e da pandemia, ainda tinha uma terceira temporada prevista, no Sudeste.