Morreu na madrugada desta segunda-feira, no Rio, o compositor e intérprete de samba enredo Dominguinhos do Estácio. Ele tinha 79 anos (iria completar 80 em agosto), e estava internado desde o dia 11 de maio, no Hospital Azevedo Lima, em Niterói. O sambista faleceu vítima de uma hemorragia cerebral.
O enterro de Dominguinhos será realizado na tarde desta segunda-feira (31), às 16h, no Cemitério do Catumbi, Zona Norte do Rio, restrito a familiares e alguns amigos. A Estácio de Sá disponibilizou a quadra da escola para o velório, mas a família optou pela cerimônia em uma capela do cemitério.
No perfil do artista, no Instagram, foi publicada uma nota de pesar: "É com muita tristeza que viemos através dessa rede social comunicar o falecimento do nosso querido mestre, Dominguinhos do Estácio. O mesmo seguia internado desde o dia 11 de maio em decorrência de complicações em seu quadro de saúde e na noite do dia 30 o cantor e intérprete Dominguinhos do Estácio veio a óbito. Que nossa senhora de Nazaré o receba de braços abertos. Desejamos nossos pêsames a todos os amigos e familiares".
No início de 2020, Dominguinhos do Estácio precisou ser internado por conta de um infarte que sofreu logo após o desfile da Viradouro no sábado das campeãs.
Trajetória vitoriosa
Nascido no morro do Estácio, ele iniciou a carreira como ritmista do bloco Bafo da Onça. Nos final dos anos 1960, começou sua trajetória na Unidos de São Carlos, que em 1983 passaria a se chamar Estácio de Sá.
Dominguinhos também teve uma passagem marcante pela Imperatriz Leopoldinense, onde foi campeão cantando o clássico "Liberdade, liberdade... abre as asas sobre nós", em 1989. Ele já tinha no currículo dois troféus com a escola de Ramos, em 1980 e 1981.
Em 1990, ajudou a Acadêmicos do Grande Rio a ser campeã do Grupo de Acesso, levando a agremiação de Duque de Caxias à elite da folia, de onde nunca mais saiu.
Pela Estácio, foi campeão em 1992, com o surpreendente "Pauliceia desvairada". Até hoje, este é o único título da escola na elite do carnaval.
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Chegou na Viradouro em 1996. No ano seguinte, foi campeão com "Luz! Trevas! A explosão do universo", de autoria de Joãosinho Trinta. Foi a primeira conquista da escola de Niterói no Grupo Especial. O segundo campeonato só veio em 2020.
Fora da Avenida, Dominguinhos gravou oito álbuns e foi integrante do grupo Puxadores do Samba, ao lado de outros intérpretes como Preto Joia, Wantuir, Serginho do Porto e Jackson Martins (1972-2004).
Dominguinhos deixa cinco filhos.